Após a curiosa mudança de atitude em relação a Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro alterou também sua postura em relação ao ministro Luís Roberto Barroso.
Durante discurso nesta terça, 19, em comemoração ao Dia do Exército, o presidente cumprimentou Barroso lembrando que, enquanto o ministro era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convidou as Forças Armadas para participarem do processo eleitoral.
“Quero cumprimentar aqui o ministro Luis Barroso, que enquanto presidente do TSE convidou as Forças Armadas, repito, convidou as Forças Armadas, a participar de todo o processo eleitoral”, disse.
Em outra mudança de postura, Bolsonaro disse que as eleições deste ano devem seguir em “ritmo normal”. O discurso é bem diferente dos ataques feitos nos últimos tempos pelo presidente e por seus seguidores às urnas eletrônicas.
Bolsonaro, inclusive, nunca poupou palavras para levantar dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral brasileiro.
Apesar de ter adotado uma postura mais moderada no discurso, a mudança durou pouco e logo Bolsonaro voltou aos absurdos que sempre diz.
No mesmo pronunciamento, o presidente enalteceu o papel das Forças Armadas no golpe de 64.
“Quando se fala em Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou as Forças Armadas, o nosso Exército, sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86, com a transição… Com a participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares”, afirmou.
Bolsonaro tenta mostrar uma postura moderada (isso já aconteceu antes) e essa mudança, provavelmente, tem tudo a ver com o período eleitoral.
No entanto, o presidente não consegue fingir por muito tempo e seu extremismo sempre vem à tona para lembrar aos brasileiros quais são as ideias que ele defende.
Mesmo que, agora, ele esteja afagando os ministros que tanto atacava…