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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Como Abraham Weintraub ganhou a fama de pior ministro da Educação

Para educadora, polêmico nome indicado por Bolsonaro para cuidar do MEC foi um gestor incompetente e focou apenas em fazer propaganda ideológica

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 jun 2020, 16h46 - Publicado em 18 jun 2020, 16h24

Abraham Weintraub deixa como marcas de seu período como ministro da Educação a omissão em relação às questões importantes da pasta, polêmicas de baixo nível que criou e a falta de capacidade de gestão. Na visão da presidente-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, uma das mais respeitadas educadoras do país, Weintraub não buscava resultados para os desafios da política educacional brasileira e fazia parte da “turma da confusão”.

Em conversa com a coluna, Priscila Cruz apontou quais foram os três principais erros de Weintraub, na sua visão, e que o tornaram conhecido, ao menos entre os especialistas do setor, como o pior ministro da Educação de que se tem notícia. Primeiro, não estava voltado para resultados. “Sua gestão tinha o propósito de promover a ideologia de uma ala do governo e de gerar calor na polarização política que alimenta gestão Bolsonaro”.

Para sustentar essa ideia, basta lembrar todas as falas dele na reunião ministerial do dia 22 de abril. Abraham Weintraub disse que o que o motivou a embarcar no governo foi a “luta pela liberdade” e um dos alvos era a destruição de Brasília. Também admitiu ter ódio do termo povos indígenas. Completou sua obra prima no governo Bolsonaro com a defesa da prisão dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal.

Recentemente, declarações de Weintraub sobre a China resultaram na abertura de um inquérito no STF. No início de abril, o então ministro da Educação usou suas redes sociais para insinuar que os chineses poderiam se beneficiar, de forma proposital, da crise gerada pela pandemia do coronavírus. No fim de abril, o ministro Celso de Mello, do STF, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e abriu inquérito para apurar o suposto crime de racismo cometido por Weintraub.

O segundo motivo do fracasso de Weintraub vai além de sua militância ideológica: era o fato dele ser “um gestor incompetente”. Segundo Priscila Cruz, “mesmo quando trabalhava para seus propósitos pouco republicanos e distantes da melhoria da educação, não conseguia dar andamento às ações ou políticas que havia proposto”.

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O exemplo mais recente foi a Medida Provisória 979/20, que permitia que Weintraub nomeasse reitores de universidades federais sem consulta às instituições durante a pandemia. A MP foi tão mal elaborada, ou tão contaminada pela ideologia de extrema direita, que acabou devolvida ao governo pelo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na avaliação do parlamento, a medida violaria os princípios constitucionais. Após a devolução, o governo revogou a MP.

Segundo Priscila, ele “entende políticas públicas de uma forma mesquinha e pequena; nunca compreendeu o real potencial do Ministério da Educação para a transformação da educação, vide o boneco Tito desfilando nos shoppings centers”. O mascote (foto) foi criado para divulgar o programa “Conta pra Mim”, de incentivo à leitura em família e combate ao analfabetismo, mas era visto passeando nos shoppings da classe média. “Weintraub acha que isso é fazer política pública”.

O terceiro motivo que o leva ao panteão de pior ministro da área é que Weintraub “não conseguiu ter atuação articulada com estados e municípios, exigida a um bom ministro”. “Ele é da turma da confusão, não do trabalho coordenado”, concluiu a educadora. Um ministro da Educação que não é capaz de se articular com os braços que executam a educação básica, ou seja, os estados e os municípios, jamais fará bem o seu trabalho.

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