Finalmente, com anos de atraso por conta da pressão do governo Bolsonaro, foram publicados os livros de três escritores e pesquisadores agraciados com o Prêmio Memórias Reveladas, concurso de textos sobre o período da ditadura militar organizado pelo Arquivo Nacional.
O órgão fará até uma live nesta terça-feira, 12, sobre o trabalho dos autores Pedro Ivo Teixeirense, Marco Marques Pestana e Lucas Pedretti.
Como revelou a coluna em outubro do ano passado, eles denunciaram a omissão do Arquivo Nacional em cumprir o edital da premiação de 2017 – vejam vocês, leitores, 2017 – com a publicação dos trabalhos vencedores.
Na ocasião, Pedro Ivo Teixeirense, Marco Marques Pestana e Lucas Pedretti afirmaram haver também omissão no órgão com o contexto de “franco enfraquecimento e desmonte” do prêmio Memórias Reveladas.
Entenda a denúncia aqui.
A conduta do governo Jair Bolsonaro de tentar esconder os fatos ocorridos durante a ditadura militar já teve alguns capítulos desde 2019, quando o atual presidente assumiu o Palácio do Planalto.
Eles – a família e o próprio presidente – também fazem apologia da tortura, defendem torturadores, fazem chacota de torturados e divulgam fakenews sobre o tema.
Após a denúncia desses três escritores à coluna, a direção do Arquivo Nacional, órgão que está subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, saiu.
Além da participação de Pedro Ivo Teixeirense, Marco Marques Pestana e Lucas Pedretti, a live de lançamento das publicações terá um convidado, Higor Codarin Nascimento, autor do livro “O MR-8 na luta armada: as armas da crítica e a crítica das armas”.
Lucas Pedretti escreveu a obra “Dançando na mira da ditadura: bailes soul e violência contra a população negra nos anos 1970”; Marco Pestana foi autor da obra “Estado, empresários e favelados: a política de remoções sistemáticas de favelas no Rio de Janeiro”; Pedro Teixeirense venceu o prêmio com a obra “A invenção do inimigo: história e memória dos dossiês e contra-dossiês da ditadura militar brasileira”.