A pedra no caminho de Deltan Dallagnol
Procurador, que agora assume de vez a política para tentar uma vaga no Senado, poderá sofrer resistência no CNMP à candidatura
Ao desistir de sua carreira no Ministério Público Federal para entrar de vez na política, Deltan Dallagnol não contava com uma coisa: a reação de integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Segundo informado à coluna, Dallagnol não depende só da assinatura do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para a autorização da demissão – Dallagnol formalizou nesta quinta-feira, 4, o pedido de demissão do MPF para concorrer a uma vaga no Senado Federal.
De acordo com uma fonte do CNMP ouvida pela coluna, uma coisa é o PGR dar a exoneração, a outra coisa é qualquer brasileiro acionar o Conselho para dizer que ele não pode ser exonerado enquanto não tiver os seus procedimentos disciplinares todos julgados.
A tendência, na corte, é que um pedido como este seja aceito até para que sua atuação na Lava Jato possa servir de exemplo a outros procuradores no futuro.
Um dos processos contra Deltan Dallagnol permanece ativo no CNMP porque o próprio procurador recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter uma decisão contrária no Conselho.
Se ele desistir da ação no STF, o processo é extinto, mas ele terá que assumir a advertência que ele mesmo não queria aceitar, quando desejava seguir no cargo de procurador.