O pronunciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro em cadeia nacional de rádio e TV neste domingo, 8, que teve o intuito de celebrar o dia das mães, revela um presidente Jair Bolsonaro desesperado para reduzir a rejeição que possui entre as mulheres.

Para começar, a aparição da primeira-dama não aconteceu, neste formato, em nenhum dos anos anteriores deste governo. Além disso, a celebração da data ficou em segundo plano – o principal ali era exaltar a atual gestão em pleno ano eleitoral.

Michelle, ao lado da atual Ministra da Mulher, Cristiane Rodrigues Britto, se deixou ser usada como uma estratégia de Bolsonaro para tentar diminuir a resistência do eleitorado feminino.

Não deve ter conseguido.

O pronunciamento acontece a cinco meses das eleições, enquanto Bolsonaro dá espaço para a esposa falar de programas de governo em rede nacional.

Atitude atípica que, como dito, mostra o desespero do presidente e que pode, também, ser enquadrada como propaganda política irregular. Com o pronunciamento de Michelle, Bolsonaro abre brecha para uma contestação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente acha que reverter sua rejeição será uma tarefa simples, mas esquece que alguns minutos de pronunciamento não apagam os últimos anos de erros e equívocos que uma boa parte do eleitorado brasileiro acompanhou no dia a dia.

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