O sonho da ancestralidade na vida da nova ministra Macaé Evaristo
Prima de Conceição Evaristo, rainha da literatura brasileira, nova chefe da pasta de Direitos Humanos também venceu adversidades através dos livros
Rainha maior da literatura brasileira, Conceição Evaristo (emoji de reverência) mandou mensagem para a coluna após a primeira participação de Macaé Evaristo, que é sua prima, no ministério dos Direitos Humanos do governo Lula.
A posse da política mineira no cargo só acontece na semana que vem, mas a nova líder dos direitos humanos no Brasil já começou os trabalhos, para orgulho da autora de Ponciá Vicêncio, Becos da Memória e Canção para Ninar Menino Grande.
“Macaé incorpora, realiza sonhos ancestrais. Nosso avô, Luis Floriano, nascido na Lei do Ventre Livre, no interior de Minas Gerais, vaticinava que na família dele ainda haveria de ter uma professora. Creio que ele sonhava muito mais. Eis Macaé”, afirmou Conceição Evaristo, que arrasta uma multidão de leitores e fãs por festivais literários ao redor do mundo.
PRIMEIRA AGENDA DE MACAÉ
Nesta quinta-feira, 13, Macaé Evaristo estava ao lado do presidente Lula em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e foi elogiada por colegas de ministério e também pelo presidente.
Lula afirmou: “Ela é deputada estadual em Minas Gerais, foi vereadora em Minas Gerais, trabalhou no MEC com Fernando Haddad, foi secretária de Educação em Belo Horizonte, foi secretária de Educação no estado de Minas Gerais. E ela, agora, é a mulher que vai cuidar dos direitos humanos nesse país”.
Uma mulher negra de origem humilde – e que de fato virou professora, como sonhou o avô Luis Floriano. Macaé nasceu 18 anos após a prima Conceição Evaristo, criada na favela do Pendura Saia, comunidade extinta na década de 1970 para se criar um bairro de classe média em Belo Horizonte.
Macaé teve o caminho aberto por Conceição que sempre encontrou na leitura e nos livros a força para deixar a pobreza. O farol da prima Conceição deu certo, iluminando dela o caminho até o ministério dos Direitos Humanos.
Aliás, a trajetórias de Conceição e Macaé nos recordam ensinamentos dos movimentos de mulheres negras quando dizem: “nossos passos vêm de longe!” Que elas sigam, então, honrando esses passos, sendo inspiração e abrindo caminhos para a realização dos sonhos de seus ancestrais.
Ubuntu!