A aposta de que Tarcísio de Freitas pode trair Bolsonaro
Ex-ministro atuou no governo Dilma e é visto com desconfiança
Há uma aposta entre integrantes do atual governo de que Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, pode abandonar e trair o presidente a qualquer momento.
O ex-ministro vem tendo um desempenho surpreendente nas pesquisas de intenção de voto para o governo de São Paulo.
Segundo o levantamento da Paraná Pesquisas divulgado nesta semana, Fernando Haddad lidera a disputa com 28,6% dos votos seguido por Tarcísio e Márcio França (PSB), que estão tecnicamente empatados em segundo lugar, com 17,9% e 17,7% das intenções de voto, respectivamente.
Tarcísio está fazendo uma carreira meteórica, mas seu começo político foi no governo petista de Dilma Rousseff. Em 2011, ele ocupou o cargo de diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Por causa desse passado, o ex-ministro é considerado oportunista por muitos bolsonaristas.
Na primeira oportunidade que teve, Tarcísio se colocou entre os aliados de Bolsonaro e até usou o fato de ser militar da reserva para se misturar. Mas o histórico de atuação em um governo do PT deixa o clima de desconfiança em relação ao que Tarcísio fará em uma eventual vitória nas eleições de outubro.
O cargo de governador de São Paulo é considerado chave para quem deseja ser presidente da República. O cenário desenhado hoje pelas pesquisas mostra muito mais chances de Tarcísio ser governador do que o de Bolsonaro ser novamente presidente.
Se o ex-ministro ganhar a disputa e Bolsonaro perder, as chances de uma traição aumentariam consideravelmente, na avaliação desses integrantes do governo.
Bolsonaro deve estar atento aos movimentos de Tarcísio, que tem dado declarações buscando o eleitor de centro. O ex-ministro, que pode conquistar votos importantes para uma reeleição, também pode mudar de lado se for conveniente a qualquer momento.