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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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500 mil mortos e o silêncio do presidente

Bolsonaro nada fala sobre o meio milhão de mortos da pandemia, e aumenta o vazio daqueles que perderam entes queridos ou sofrem com a doença neste momento

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jun 2021, 16h56 - Publicado em 20 jun 2021, 13h45

Quinhentos mil mortos pela Covid-19. Silêncio. Comedimento. Reticência. Sigilo. Taciturnidade. Placitude. Indiferença. Boca-de-siri. Aglossia. Sopor. Mudez. Moderação.

Moderação? Logo o presidente? Enquanto o país precisava de agilidade pelas vacinas, de socorro, de competência, ele ia pelo caminho inverso: fazia chacota com a doença. Em dezembro, quando haviam mais de 300 mil mortos, afirmou: “[um] pequeno repique pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica”.

De lá para cá, Paulo Gustavo se foi, dando à tragédia brasileira a face do horror. Melhor comediante da atualidade, jovem, conhecido nacionalmente, o ator deu rosto a violência de uma doença que não escolhe vítimas.

O capitão, enquanto isso, continuou na sua ilógica sanha negacionista, desinformando em relação ao coronavírus, incluindo no que diz respeito às vacinas.

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Ele abre a boca quando não deve, gera conflitos institucionais à rodo, imita a estética de movimentos fascistas do século passado. Faz inúmeras bobagens, mas não conforta. Nunca conforta. 

No papel de presidente, disse a seguinte frase quando o país completou 200 mil mortos pela covid-19: “Sabia que o tio estava na praia nadando de máscara? Mergulhei de máscara também, para não pegar Covid nos peixinhos”, ironizou.

Aos 400 mil, ele disse que não estava preocupado com a CPI. Aos 100, se calou também. Dois dias antes, contudo, havia dito que era preciso “tocar a vida”. A montanha de corpos foi crescendo, mas ele não se sensibilizou em momento algum. 

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Aos 500 mil, agora, mandou seu gabinete divulgar as supostas realizações dos 900 dias do seu governo. Melhor dizer desgoverno, como tanto propaga uma oposição com labirintite.

O silêncio do presidente diante da tragédia não é apenas mais um erro. É da natureza do cargo sentir o sofrimento do povo que se governa. O silêncio é o avesso de um chefe de Estado. 

Ele, o presidente, tem governado de costas para o país (ou para a parte do país que não grita “mito”). Mas esse silêncio fez um barulho ensurdecedor.  O silêncio de Jair Bolsonaro.

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