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Terceira via exige candidatura única e proposta clara, dizem especialistas

Para analistas políticos, fragmentação é o principal empecilho para a construção de uma alternativa a Lula e Bolsonaro para a disputa presidencial de 2022

Por Leonardo Lellis 27 nov 2021, 19h02

Com dez candidaturas de olho no filão do eleitorado que rejeita tanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a chamada terceira via deverá superar um impasse lógico, afinal há muita gente para disputar um espectro estreito de votos — cerca de um terço do eleitorado. Reportagem de VEJA desta semana mostra que a entrada do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na disputa e o fiasco das prévias do PSDB para escolher seu nome na disputa de 2022 aceleraram a batalha dos candidatos pelo centro. 

Em 2018, quando a polarização entre petismo e bolsonarismo também deu o tom, havia sete candidatos de centro. Juntos, conseguiram apenas 23% dos votos válidos, uma referência para mostrar que o risco de que todos fiquem pelo caminho não é desprezível. “A direita se fragmentou totalmente aqui no Brasil e, com isso, surge essa fragmentação também na terceira via”, observa Paulo Ramirez, cientista político da ESPM. “O ideal seria que as elites políticas apresentassem uma única opção, ajudando o eleitor a ver qual é a alternativa clara”, entende Lara Mesquita, pesquisadora do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp/FGV). 

Capitaneado pelo ex-ministro Gilberto Kassab, o PSD promoveu um evento em Brasília para dizer que terá candidato próprio em 2022: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), discursou como tal durante cerca de 25 minutos. Membros da cúpula do União Brasil chegaram a anunciar a desistência do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (ele nega). O MDB agendou para dezembro uma reunião para anunciar a senadora Simone Tebet (MS) como sua candidata, mas há resistência de caciques que preferem priorizar a eleição de deputados em razão dos limitados recursos do Fundo Eleitoral.

Além da divisão, há falta de clareza sobre as propostas de cada um — o que dificulta uma diferenciação dos adversários. Em vez de projetos robustos para enfrentar as mazelas do país, por enquanto, o que há são discursos que se assemelham na defesa da responsabilidade fiscal, o combate à corrupção e a redução da desigualdade. “É positivo que haja um certo consenso sobre as urgências do país e estes devem ser os temas mais importantes da próxima disputa eleitoral. A grande questão é saber o que vã propor, qual será o caminho”, afirma o cientista político José Álvaro Moisés, da USP.

Enquanto os caciques partidários não se entendem, pode sobrar para o eleitor fazer essa depuração, em um processo que tende a ocorrer apenas nos primeiros meses de 2022. “No momento em que um candidato começar a ocupar entre dez e quinze pontos percentuais nas pesquisas espontâneas, a preferência do eleitor deverá começar a migrar para quem apresentar melhor desempenho, mesmo que essa candidatura não seja a sua preferida. É o eleitor quem vai, em última instância, definir quem será esse candidato da terceira via”, concluiu o cientista político Carlos Pereira, da FGV.

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