RS: Lula alerta para ‘provocadores baratos’ e gente ‘vendendo mentiras’
Em reunião virtual com Eduardo Leite, presidente critica divulgação de fake news sobre tragédia no Sul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira, 13, as pessoas que têm espalhado fake news sobre o trabalho dos órgãos públicos para atender a população do Rio Grande do Sul e amenizar os efeitos da enchente que assola o estado desde o início do mês. “Além da catástrofe, além da bagaceira toda, a gente ainda tem um grupo de negacionistas, de pessoas que tentam destruir as coisas boas que estão acontecendo”, disse o presidente durante reunião virtual entre representantes dos três Poderes da esfera federal com o governador Eduardo Leite, em que foram discutidas ações a serem implementadas no estado.
“Tem muita gente, voluntário, militares, se matando para trabalhar, para ajudar, e tem pessoas que continuam vendendo mentiras, continuam vendendo desgraça, continuam inventando histórias”, disse Lula no final da reunião. Segundo o presidente, é preciso ter “cuidado” para que “provocadores baratos” não levem alguma vantagem. “Quem tem que ganhar é o povo do Rio Grande do Sul. Quem tem que ganhar agora são mulheres, são crianças, os senhores aposentados, trabalhadores, e temos que garantir que eles sejam tratados com a maior dignidade”, afirmou.
A divulgação de notícias falsas relacionadas à catástrofe no Rio Grande do Sul tem sido uma preocupação a mais para autoridades envolvidas no trabalho de redução de danos e atendimento à população atingida. Nas últimas semanas, circularam desinformações, por exemplo, de que comboios com doações de mantimentos para a população atingida estavam sendo barrados em postos de fiscalização por excesso de peso ou ausência de nota fiscal, o que foi negado por autoridades. A fake news, no entanto, foi disseminada inclusive por parlamentares bolsonaristas nas redes sociais.
Nesta segunda-feira, a desinformação justificou a apresentação de um projeto de lei que criminaliza e prevê punição de quatro a oito anos para quem “criar óbice ou embaraço fiscal, sanitário, ambiental ou administrativo, impedir ou dificultar serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento, ou a entrega de donativos ou o resgate às vítimas durante a vigência do estado de calamidade pública”. O projeto é assinado pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), e endossado por Carla Zambelli (PL-SP), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC) e Marcos Feliciano (PL-SP).
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Na reunião desta segunda-feira, 13, o governo federal anunciou que suspenderá a dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos, o que deve aliviar o governo gaúcho em 11 bilhões de reais. Além disso, os juros do período referentes à dívida serão perdoados pelo governo – ou seja, a taxa de juros cobrada sobre as parcelas não pagas cairá para zero, o que significa mais 12 bilhões de reais. Na semana passada, o governo federal publicou uma Medida Provisória que disponibiliza outros 12 bilhões de reais para ações de enfrentamento no estado.