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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Quem é o pastor pentecostal que está defendendo legado de Lula nas igrejas

Paulo Marcelo Schallenberger está no Paraná para participar de eventos com o petista. 'Pauta de costumes não enche barriga', diz

Por Da Redação
19 mar 2022, 09h11

Desde que despontou como o pastor evangélico que se aproximou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sila e que deve auxiliá-lo na campanha pela Presidência, Paulo Marcelo Schallenberger tem tido agenda cheia. Nesta sexta-feira, 18, esteve em Curitiba no evento de filiação ao PT do ex-governador e senador Roberto Requião, que vai disputar o governo do Paraná. Recentemente, foi a Juazeiro (BA), onde diz ter cadastrado centenas de pastores dispostos a apoiar Lula na corrida presidencial, e já tem viagens programadas por outros estados do Nordeste e do Norte, nas quais pretende defender o legado do ex-presidente entre a comunidade evangélica.

Espécie de pastor freelancer, que prega como convidado em várias igrejas — em especial as pentecostais e neopentecostais, onde há mais resistências ao PT —, Schallenberger cresceu frequentando a Assembleia de Deus e se tornou pastor como o avô, que morreu em 1999 e desde os anos 80 era um grande admirador de Lula. Em 2011, quando a Assembleia de Deus fez cem anos no Brasil, ele foi um dos que discursaram no evento, segundo relata — ao lado do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e bolsonarista fervoroso.

Assíduo nas redes sociais, Schallenberger começou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no final de 2020 e, desde então, vinha insistindo em uma aproximação com Lula. Anteriormente, o pastor já havia tentado entrar na política. Chegou a ser filiado ao Podemos (hoje, o partido do presidenciável Sergio Moro), mas sem sucesso. Em meados de 2021, por intermédio de um sindicalista, conseguiu finalmente marcar uma reunião com o petista, realizada em dezembro. Na ocasião, entregou ao ex-presidente um plano de ação para reconquistar os evangélicos, que, segundo ele, já estiveram com o PT nos anos 2000, década em que o número de fiéis e de igrejas deu um salto.

Para Schallenberger, o ex-presidente precisa desfazer algumas “visões erradas” que seus irmãos de fé têm do PT, como a de que a legenda pretende perseguir as igrejas ou obrigá-­las a praticar atos contrários à sua doutrina. Ele propõe que Lula deixe claro que não vai interferir nas escolhas individuais e costuma lembrar que foi o petista que sancionou, em 2003, as mudanças no Código Civil que permitiram que as igrejas tivessem CNPJ, como empresas. Na conversa com Lula, o pastor reforçou a necessidade de reconstruir as pontes com os moradores das periferias, onde se presume que esteja a maioria dos evangélicos. “O fiel mais simples está falando assim: ‘Esse negócio de pauta de costumes não está enchendo minha barriga, não. Esse negócio de brigar com gay não está resolvendo meu problema’”, diz Schallen­ber­ger, para quem somente Lula é capaz de dar resposta à desigualdade e à crise.

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Entre as ações que o pastor propôs ao petista está o uso massivo das redes sociais para alcançar os fiéis, com criação de grupos de WhatsApp (“Não divulgar conteúdo de ataque para não gerar pauta de vitimismo, já que essa é a estratégia do atual governo”, ele alerta) e produção de um podcast para esse público, no qual o próprio Schallenberger deve ser um dos apresentadores. Ele sugeriu ainda mapear líderes religiosos simpáticos a Lula e ramificá-los em grupos temáticos: jovens cristãos, mulheres e até defensores da natureza — seria o “primeiro grupo cristão em defesa do meio ambiente”, segundo Schallenberger.

Se a ideia vai dar certo, só as urnas dirão. Hoje, segundo pesquisa XP/Ipespe feita entre os dias 7 e 9 de março, Bolsonaro tem 37% dos votos dos que se declaram evangélicos, ante 33% do ex-presidente Lula – a diferença está dentro da margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em janeiro, segundo o mesmo instituto, o placar era de 43% a 27% para Bolsonaro, ou seja, a diferença diminuiu. Os evangélicos representam 24% dos eleitores.

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