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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Projeto de Bolsonaro cria ‘excesso exculpante’ à polícia que matar em ação

Iniciativa foi apresentada à Câmara pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e é considerada prioridade pelo governo

Por Da Redação Atualizado em 25 Maio 2022, 15h05 - Publicado em 25 Maio 2022, 12h33

O governo Jair Bolsonaro apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê ampliar as possibilidades em que o policial pode ficar isento de punição no caso de matar alguém durante uma operação.

O PL 733/22 foi apresentado em março deste ano, portanto, antes da operação conjunta das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, na segunda-feira, 24, que resultou na morte de 25 pessoas na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro – mas o seu texto, caso aprovado da forma como está, pode ser aplicado a esse tipo de situação.

O projeto cria a figura do “excesso exculpante”, que estabelece que não será punível o excesso em algumas situações além das já previstas no Código Penal. No projeto, o governo afirma que seu objetivo é “garantir maior amparo jurídico aos integrantes dos órgãos (de segurança) na preservação da ordem pública”.

Hoje, o Código Penal prevê que não há crime quando o agente pratica o fato “em estado de necessidade, em legítima defesa ou em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito”, mas fixa a figura do “excesso punível”, que determina que o policial responderá, em qualquer das hipóteses desse artigo, pelo “excesso doloso ou culposo”.

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Pelo texto do projeto de lei apresentado pelo governo, também será considerada legítima defesa repelir, usando os meios necessários, ato de terrorismo; e ainda o porte ou utilização ostensiva, por parte do agressor ou do suspeito, de arma de fogo ou de outro instrumento capaz de gerar morte ou lesão corporal de natureza grave – este último se encaixa na operação de ontem, quando a polícia apreendeu ao menos treze fuzis, quatro pistolas e doze granadas.

Segurança
O ministro da Justiça, Anderson Torres, durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara, na qual defendeu o projeto enviado pelo governo (Elaine Menke/Câmara dos Deputados)

O projeto prevê ainda que o delegado de polícia que atender à ocorrência envolvendo morte por policiais poderá deixar de efetuar a prisão do agente se verificar a existência de qualquer excludente de ilicitude ou culpabilidade, sem prejuízo da investigação. No caso da Vila Cruzeiro, tanto o Ministério Público do estado quanto o Ministério Público Federal anunciaram que irão investigar a operação, que foi a segunda em número de mortes na história do Rio de Janeiro – a maior foi no Jacarezinho, em maio de 2021, que deixou 28 mortos.

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Bolsonaro elogia

Em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou a ação policial. “Parabéns aos guerreiros do Bope (batalhão de operações especiais) e da Polícia Militar do Rio de Janeiro que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa. A ação contou com apoio da DRE (Polícia Federal)”, escreveu o presidente.

Ele disse que a “operação vinha sendo planejada há meses e os agentes de segurança monitoravam os passos de chefões do tráfico com objetivo de prendê-los fora da comunidade, o que não foi possível devido ao ataque da facção, fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações”.

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O caso envolve duas das principais apostas eleitorais de Bolsonaro: o apoio aos policiais, que formam uma de suas bases mais fieis de simpatizantes, e a defesa da ação da dura da polícia contra a criminalidade, que foi uma de suas bandeiras na eleição de 2018.

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