Pressionado a gastar, Haddad será ‘estrela’ em evento pré-eleitoral do PT
Ministro da Fazenda teve vitória ao garantir inalteração da meta fiscal para 2024, mas ala do governo ainda atua para 'flexibilização' de gastos

Pressionado a flexibilizar a meta fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será uma das estrelas do evento considerado o “pontapé inicial” do PT para as eleições municipais do próximo ano, uma das maiores prioridades na agenda atual do partido. O dono do cofre na gestão petista será a principal atração de uma das mesas do evento.
Além do titular da economia e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Conferência Eleitoral PT 2024 reunirá entre os dias 8 e 9 de dezembro, em Brasília, cerca de 3.000 dirigentes, lideranças, prefeitos, vereadores e pré-candidatos. No cronograma, estão previstas palestras, mesas de debate e atividades voltadas à construção da estratégia eleitoral da legenda para o pleito.
Para Haddad, o encontro se dá em meio a uma queda de braço entre a ala do governo que quer abrir o cofre em 2024 — segmento liderado pelo próprio Lula e pelo ministro da Casa Civil Rui Costa, além de gente influente na gestão como a presidente da sigla Gleisi Hoffmann — e a ala pragmática — esta, naturalmente, encabeçada pelo ministro da Fazenda, que quer manter a meta de déficit zero.
Apesar de a temática central do evento ser a disputa a prefeituras, espera-se que Haddad seja pressionado a falar sobre os gastos públicos em 2024, especialmente em programas de grande visibilidade eleitoral como o PAC e o Minha Casa Minha Vida. No final de outubro, a equipe econômica recebeu como um balde de água fria a declaração de Lula de que “dificilmente” se chegaria ao déficit zero em 2024.
Por ora, a turma de Haddad conseguiu levar a melhor no cabo de guerra. Isso porque o governo decidiu que não irá apresentar emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para alterar a meta fiscal. O martelo foi batido em reunião no Palácio do Planalto em que, além de Haddad e Lula, estiveram presentes os ministros Simone Tebet (Orçamento) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além do deputado Danilo Forte (União-CE), relator da LDO na Câmara.
Também nesta quinta-feira, 16, Haddad fez um apelo por um “esforço concentrado” para a aprovação de medidas fiscais que estão paradas no Congresso e que, segundo ele, são cruciais para um orçamento equilibrado no próximo ano.