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Por que o Brasil, potência no agro, depende de fertilizantes russos

Sanções impostas a empresas russas já começam a complicar a obtenção desses insumos essenciais para a produção no campo

Por Diogo Magri 3 mar 2022, 07h00

O Brasil está longe de se envolver diretamente na invasão militar da Rússia sobre a Ucrânia, mas não deixa de sofrer suas consequências. Um dos problemas principais envolve a importação de fertilizantes, comércio que está ameaçado pelas sanções econômicas impostas pela comunidade internacional às empresas russas.

Atualmente, o Brasil compra de fora 70% do insumo usado na agricultura. Em 2021, 23% desses adubos ou fertilizantes químicos importados vieram da Rússia, segundo dados do Comex Stat, ferramenta do Ministério da Economia. Foram 41,6 milhões de toneladas compradas por 15,1 bilhões de dólares.

Mas como pode um país que é potência mundial no agronegócio depender da importação de fertilizantes? A resposta passa pela falta de infraestrutura, apesar da existência de matéria-prima. Atualmente, o Brasil não conta com um sistema de dutos grande o suficiente para dar conta de escoar o gás utilizado para a produção de fertilizantes nitrogenados. Para efeito de comparação, o Brasil tem 40 mil quilômetros de canos, enquanto os Estados Unidos contam com 400 mil quilômetros em seu sistema de escoamento.

Além disso, o Brasil conta com somente quatro fábricas de fertilizante nitrogenado. Todas pertenciam à Petrobrás, mas três delas, localizadas em Camaçari-BA, Laranjeiras-SE e Três Lagoas-MS, foram vendidas nos últimos anos. A última foi negociada com o grupo russo Acron no último dia 4 de fevereiro, mas teve o processo de privatização impedido pelo bloqueio econômico global contra a Rússia. A fábrica que restou, em Araucária-PR, está fechada. A estratégia de deixar o setor de fertilizantes é seguida pela Petrobrás desde 2017.

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A falta dos insumos em solo brasileiro também foi usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para não criticar a postura da Rússia na Europa. “Para nós, a questão do fertilizante é sagrada”, ressaltou ele. O tema esteve entre as discussões que o presidente brasileiro teve com Vladimir Putin, quando visitou o país europeu há algumas semanas. A ideia era pedir a Putin garantias de oferta de fertilizantes e alguma estabilidade nos preços neste ano.

Em suas redes sociais, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aproveitou o momento para atacar as reservas indígenas do país. “Não precisaríamos ser dependentes de importação de fertilizantes. Temos reservas de potássio na Amazônia. A esquerda fez o ‘favor’de inviabilizar a sua exploração com suas demarcações de terras indígenas e unidades de conservação que juntas somam mais da metade da região”, publicou ele.

A reserva de potássio de fato existe e, até hoje, já recebeu 149 pedidos de exploração do minério feitos pela empresa Potássio do Brasil, administrada pelo banco canadense de investimentos Forbes & Manhattan. No entanto, os pedidos ainda esbarram na legislação estadual de Pará e Amazonas. O mesmo grupo canadense também tem a pretensão e construir uma mina de ouro a céu aberto nos arredores da hidrelétrica de Belo Monte, na bacia do Rio Xingu.

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