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Por José Benedito da Silva
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Por que as mulheres continuam rejeitando Jair Bolsonaro

Entre os pré-candidatos, presidente é o que tem a maior diferença de apoios entre o público masculino e feminino

Por Da Redação 3 mar 2022, 14h26

A sete meses da eleição, as pesquisas mostram um problema persistente para o desempenho do presidente Jair Bolsonaro. A rejeição entre o eleitorado feminino, que o persegue desde a eleição de 2018, segue como um dos desafios na campanha à reeleição. O problema persiste mesmo neste momento em que as pesquisas recentes apontam sinais de recuperação da popularidade do presidente.

As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, o equivalente a um total de 78 milhões de votos. Hoje Bolsonaro tem cerca de 10 pontos a menos entre as mulheres: 21% dizem que devem votar nele, enquanto entre os homens a intenção de voto é de 31%. Nenhum outro candidato tem uma diferença tão grande entre os dois segmentos. Líder nas pesquisas, o ex-presidente Lula tem desempenho melhor no público feminino: 45%, contra 41% de intenção de voto no público masculino.

“Ele e os filhos não fazem questão de reverter esse quadro”, afirma o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bolsonaro já criticou projetos que visavam proibir discriminação salarial contra mulheres e insinuou que sua única filha, Laura, de 11 anos, seria fruto de uma “fraquejada”, ao contrário dos filhos homens. Ele também foi condenado a pagar R$ 10 mil por insultar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) com a frase “não te estupro porque você não merece”.

A rejeição também se explica, em parte, pelas condições socioeconômicas. Em tempos de recessão econômica, as mulheres sentem com muito mais intensidade a crise. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou, há três meses, que as mulheres estão entre os grupos que enfrentam as maiores taxas de pobreza e extrema pobreza, ao lado de pretos, pardos e crianças até 14 anos. A incidência de pobreza chega a 31,9% das mulheres negras ou pardas. Já a taxa de desemprego entre elas chegou, no ano passado, ao recorde de 18,5% — o mais alto da série histórica, iniciada em 2012.

“Em 2018, a realidade era que Bolsonaro conseguia construir uma imagem com o fato de que era agressivo com as mulheres, machista e preconceituoso inclusive com outras minorias, tudo isso foi entendido pelo eleitor — e isso as pesquisas demonstram — como alguém autêntico e sincero”, afirma Prando. Em outros termos, muita gente, inclusive parte do eleitorado feminino, apoiou Bolsonaro, apesar dos pontos mais problemáticos da biografia e posicionamento do candidato. “Mas aquele quadro de 2018 não se repete: há pandemia, crise econômica e uma guerra que torna a situação mundial instável com reflexos para o Brasil”, completa Prando.

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