PF quer usar quebras de sigilo de Renan em investigação da Lava Jato
Delegada que apura supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Transpetro enviou pedido de compartilhamento a Fachin
A Polícia Federal quer reforçar o material de um dos inquéritos que investigam o senador Renan Calheiros (MDB-AL) no Supremo Tribunal Federal (STF), aberto a partir da Operação Lava Jato. Responsável pela apuração de supostas traficâncias de Renan na Transpetro, subsidiária da Petrobras, a delegada Lorena Lima Nascimento pediu na quarta-feira 16, ao ministro Edson Fachin, o compartilhamento das quebras de sigilo bancário e fiscal de Renan, determinadas pelo STF no curso de outra apuração na Corte.
A análise dos dados bancários e fiscais do emedebista alagoano, caso seja acatada por Fachin, após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), embasará a investigação de supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por Renan Calheiros e o senador Jader Barbalho (MDB-PA) a partir de contratos da Transpetro, área de influência política do chamado “MDB do Senado” durante os governos Lula e Dilma Rousseff.
Renan tinha relação estreita e era um dos responsáveis pela indicação do ex-senador Sérgio Machado à direção da subsidiária da Petrobras. Machado, que ocupou o cargo entre 2003 e 2014, fechou uma delação premiada com a PGR em 2016. Segundo o delator, durante o período em que foi mantido no posto, sob influência de senadores emedebistas, ele repassou um total de 32 milhões de reais a Renan Calheiros — 8,2 milhões de reais em doações oficiais e 23,8 milhões de reais em espécie.