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Oposição define estratégia para abrir CPI contra Ricardo Salles na Câmara

Assunto foi discutido em reunião dos líderes dos partidos de esquerda nesta terça-feira

Por Eduardo Gonçalves e Juliana Castro
Atualizado em 27 abr 2021, 14h43 - Publicado em 27 abr 2021, 14h40

Em uma reunião de líderes dos partidos de esquerda na Câmara nesta terça-feira, 27, foi batido o martelo sobre a estratégia que será adotada para instaurar uma CPI contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O texto para a coleta das assinaturas ainda está sendo definido, mas a oposição fez as contas: calculou ter 130 votos para a abertura da comissão e vai buscar os outros 40 necessários em legendas como o PSDB, Cidadania, DEM, além de apoios avulsos.

A comissão ainda não tem nome, mas CPI dos Crimes Ambientais é uma das apostas. Salles sempre foi um dos ministros do governo Jair Bolsonaro mais criticados pela oposição, mas houve uma escalada nos últimos dias, depois que ele se posicionou a favor de empresários que tiveram carga apreendida pela Polícia Federal do Amazonas na Operação Handroanthus GLO, a maior ação de apreensão de madeira ilegal do país. O ministro chegou a ir duas vezes ao Pará, em apoio às demandas dos madeireiros e colocou em xeque as investigações.

Na segunda-feira, 26, o responsável pela investigação do caso, o delegado da PF Alexandre Saraiva, falou à Comissão de Direitos Humanos e de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados e disse que o ministro tentou “legitimar” a ação de criminosos que atuam no mercado ilegal de madeiras extraídas da Amazônia. Saraiva foi tirado do posto de superintendente da corporação no Amazonas por decisão do governo, dias depois de ter enviado uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal contra Salles por sua atuação a favor dos empresários alvos da PF. Durante a sessão de ontem com o delegado, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) já havia citado a intenção de recolher as assinaturas para a instauração da CPI.

“A CPI terá foco nas denúncias apresentadas na notícia-crime. Além de ter ido ao local onde está a madeira ilegal apreendida, o ministro disse que eram abusivas as fiscalizações e deu veracidade às alegações dos madeireiros, se envolvendo diretamente no crime ambiental”, afirmou o deputado do PT Paulo Teixeira, um dos protagonistas da oposição na sessão de ontem na Câmara. Ele ganhou hoje apoio de outros colegas.  “O relato do delegado Alexandre Saraiva não deixa qualquer dúvida sobre os crimes cometidos pelo ministro Salles. É obrigação da Câmara abrir uma CPI e investigar. Essa é uma pauta do mundo”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Uma das estratégias dos deputados da oposição é chamar agentes do Ibama para falar sobre o esquema ilegal de extração madeireira na Amazônia. O próprio delegado da PF Saraiva sugeriu ontem cinco nomes de agentes que poderiam falar sobre a situação do Pará. A resposta do delegado veio a um questionamento feito pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) de que ele não ouviu fiscais do Ibama durante as investigações.

A falta de parceria entre PF e Ibama, que ocorreu em diversas outras operações, não se repetiu na Handroanthus GLO justamente porque o direção da corporação no Amazonas não confiava na gestão de Ricardo Salles.

O convite de servidores do Ministério do Meio Ambiente para depor na Câmara pode se converter numa dor de cabeça para o governo Bolsonaro. Na semana passada, mais de 500 servidores do Ibama assinaram uma carta denunciando que as fiscalizações ambientais se encontram paralisadas no momento por causa de uma portaria baixada por Salles.

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