O lado poético do juiz da Spoofing: ‘É aqui que sorvo a minha história’
Magistrado que também já atuou nas Operações Zelotes, Greenfield e Métis publicou poemas em seu site pessoal no fim de semana
O juiz Vallisney de Souza Oliveira ganhou notoriedade pelos casos em que atuou como titular da 10ª Vara Federal de Brasília, especializada em corrupção, crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Já mandou prender o ex-ministro Geddel Lima, tornou o ex-presidente Lula réu por tráfico de influência, determinou afastamento de Joesley Batista do conglomerado J&F, decretou a prisão de agentes da Polícia Legislativa do Senado – para citar apenas quatro episódios. Agora, por último, o juiz assumiu os processos da Operação Spoofing que investiga os ataques hacker a conversas privadas de mais de 1.000 autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro. Atarefado com tantas operações, o juiz ainda arranja tempo para cultivar um hobby pouco conhecido do grande público – a poesia.
Oliveira mantém um blog pessoal em que compartilha, além dos poemas, citações literárias, discursos, artigos, e fotos de pássaro. Neste sábado e domingo, ele mostrou-se inspirado e publicou cinco novos poemas no blog – há a seção dos “poemas tentados”, de sua autoria, e dos “poemas transcritos”, de outros autores.
“É aqui que caio, é aqui que solto o laço do lazer, o dia radiante findo é lição de casa para se agradecer, é aqui que cavo, é aqui que desfaço o meu abater, é aqui que sorvo a minha história e meu prazer, idas e vindas na lição do novo reaprender”, publicou ele no sábado, 27 – um dia antes, ele havia prorrogado a prisão dos quatro suspeitos detidos na Spoofing por mais cinco dias. Nesta terça-feira, ele fará a audiência de custódia dos presos.
Os hobbies de Vallisney não se resumem apenas à literatura. Ele também é conhecido pelos amigos mais íntimos por ser um exímio enxadrista e pelos colegas de gabinete por ser um ótimo jogador de futebol.