O imbróglio que atrasa a indicação de Lewandowski para a Justiça
Presidente se reúne com ex-ministro do STF e com Flávio Dino mais uma vez nesta quinta, 11, para tentar superar obstáculos a sua nomeação como ministro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira, 10, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, principal cotado para assumir a pasta.
A indicação do magistrado está praticamente certa, mas ainda há um imbróglio: o destino do secretário-executivo e número 2 do ministério, Ricardo Cappelli, cujo nome chegou a ser ventilado para o cargo de ministro. Dino insiste que o seu braço-direito continue na pasta, mas Lewandowski quer fazer mudanças na equipe. Ainda não houve acordo.
Um novo encontro entre Lula, Dino e Lewandowski foi marcado para a manhã de quinta-feira, 11, no Palácio do Planalto, conforme a agenda oficial da Presidência da República. É a terceira reunião para tratar do assunto nesta semana — o ministro aposentado do STF já havia se reunido com o petista na manhã de segunda-feira, 8.
Flávio Dino deixa o Ministério da Justiça para assumir uma vaga no Supremo. Jornalista de formação, Cappelli ganhou protagonismo quando foi escolhido pelo ministro como interventor no Distrito Federal, após o governador Ibaneis Rocha (MDB) ser afastado em meio às investigações pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Como mostrou a coluna Radar, de VEJA, caso seja demitido do governo, o secretário poderá enfrentar as urnas em 2024 como candidato do PSB à prefeitura do Rio de Janeiro. Enquanto isso, o diretório do partido no Distrito Federal quer lançá-lo na disputa de um cargo majoritário em 2026 — ao Senado ou ao governo.
Questionado sobre seu futuro na pasta, Cappelli disse que não foi sondado para outras vagas no governo. “Continuo trabalhando normalmente. Não estou procurando emprego”, disse.
Lewandowski
Lewandowski foi ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado por Lula em 2006. Exerceu a Presidência da Corte, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidiu o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado em 2016. Se aposentou em abril de 2023 e foi substituído por Cristiano Zanin.