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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O ex-aliado que virou o maior crítico da visita de Bolsonaro à Rússia

Base política radical influenciada por Olavo de Carvalho não vê com bons olhos a tradição de neutralidade do Brasil na arena internacional

Por Leonardo Lellis Atualizado em 16 fev 2022, 19h16 - Publicado em 16 fev 2022, 15h33

O ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) voltou a criticar a visita de Jair Bolsonaro (PL), seu ex-chefe, ao presidente russo Vladimir Putin, nesta quarta-feira, 16. Para ele, a diplomacia brasileira erra ao priorizar questões comerciais em suas tratativas com outros países e não tomar partido em conflitos em defesa do que entende ser “valores” ocidentais.

Bolsonaro aceitou um convite feito por Putin no final do ano passado, antes de eclodir a crise com a Ucrânia que elevou as tensões da Rússia com Estados Unidos e Europa. Foi ao país negociar acordos para o fornecimento de fertilizantes e venda de carne brasileira.

“Quando você não tem uma estratégia para o que você quer no mundo, basta comprar e vender e tanto faz. Quando você não tem valores, você acha que vai ajudar os outros a resolver conflitos, mas esses conflitos são resolvidos por quem tem valores e se sentem parte da situação”, afirmou em um vídeo de 27 minutos publicado em seu canal no YouTube.

Para Ernesto, os ditos “valores” a que ele se refere estão em estado permanente de ameaça pela Rússia e China. Em seu metaverso particular, o país deveria se posicionar de maneira clara contra estes dois polos de influência. “O Brasil que poderia estar trabalhando a favor da liberdade vai estar sem trabalhar por ninguém e isso, no fundo, vai ser uma vantagem para o lado totalitário”.

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À frente do Itamaraty, Araújo pautou a condução de sua política externa pelas teorias conspiratórias do escritor Olavo de Carvalho, priorizou relações com governos à imagem e semelhança de seu ideário ultraconservador e criou atritos com parceiros históricos até o ponto em que a sua permanência se tornou insustentável — foi substituído por Carlos França, que tenta retomar o pragmatismo.

O defeito que Araújo vê na “neutralidade” do Brasil na arena internacional é, na verdade, uma das mais estimadas tradições da diplomacia brasileira. A relevância histórica do país na área de relações internacionais foi delineada desde que o Barão do Rio Branco atuou para definir as fronteiras do país e teve momentos grandiosos como o papel de Oswaldo Aranha na Assem­bleia-Geral da ONU em 1947 que definiu a partilha da Palestina e abriu caminho para o Estado de Israel.

Fora do governo, Araújo foi cortejado pelo PTB de Roberto Jefferson, que, antes de ser preso, convidou o ex-diplomata para se filiar ao partido e se candidatar nas Eleições de 2022. Embora ainda não tenha respondido nem que sim nem que não, o ex-chanceler passou a considerar a ideia ao perceber que lhe restaram poucas opções na carreira diplomática. O convite do PTB, que trabalha para arregimentar bolsonaristas e se firmar como legenda conservadora, continua de pé.

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