Coberto com a bandeira do Brasil e segurando um fuzil nos braços, o delegado da Polícia Civil paulista Paulo Bilynskyj, com quase 700.000 seguidores no Instagram, publicou, na última semana, uma sequência de ações de treinamento em que se refere à manifestação dos bolsonaristas no próximo Sete de Setembro.
Em uma delas, diz que se “o capitão já convocou para irmos às ruas, qual sua opinião sobre um possível ataque?” Na sequência ele desce de um veículo Parati e atira contra um alvo estático, feito de papelão. “É fogo!”, grita Bilynskyj, depois dos tiros. A sequência de tiros e juras de amor a Bolsonaro repercutiu em outras páginas, algumas em tom crítico.
Paulo Bilynskyj ficou conhecido nacionalmente há dois anos ao ser atingido por tiros proferidos por sua noiva, em São Paulo. A mulher, depois dos disparos, cometeu suicídio.
Recentemente, a Corregedoria da Polícia Civil abriu um inquérito contra o delegado, por ele promover aulas de tiro, sem possuir certificado e autorização do Exército. Em imagens anexadas ao processo, o professor aparece ao lado de alunos e de um menino de onze anos.
Reportagem de VEJA desta semana mostra como a atitude do presidente mobilizou o bolsonarismo nas redes sociais e provocou a reação das autoridades e da sociedade civil, preocupadas com o caráter golpista, de ruptura com as instituições, que as convocações vêm ganhando.