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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O aparato de guerra que a PF montou para a segurança dos presidenciáveis

Episódios recentes de violência justificam medidas inéditas adotadas pelas autoridades para a eleição mais polarizada desde a redemocratização

Por Da Redação
16 jul 2022, 13h49

A eleição presidencial de outubro, a mais polarizada desde a redemocratização, movimenta desde já um forte aparato de segurança que mais parece a preparação para uma guerra. Responsável por cuidar da proteção dos candidatos, a Polícia Federal adquiriu recentemente cerca de setenta carros blindados que foram distribuídos a todas as superintendências nos estados para transportar os presidenciáveis durante os atos de campanha, algo jamais visto em eleições passadas. Também foram entregues coletes e pastas à prova de bala (que, abertas, viram um escudo), outra novidade deste ano.

A operação vai começar oficialmente depois que os nomes forem homologados pelos partidos, nas convenções que ocorrem de 20 de julho a 5 de agosto, mas sua preparação foi iniciada mais de um ano antes, em 2021, com a formação de grupos especializados espalhados por todos os estados e o treinamento de 160 agentes no Curso de Proteção à Pessoa, que inclui primeiros socorros, direção operacional, armamento e tiro. Ao todo, a PF escalou mais de trezentos policiais para a segurança dos presidenciáveis neste ano, um número recorde. O efetivo inclui os que acompanharão em tempo integral cada um dos candidatos. O número de homens nessas equipes, que a PF não divulga por questões de segurança, vai obedecer à análise de risco feita pelo setor de inteligência da corporação. Pela escala recém-criada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), que lideram a disputa, são os que naturalmente correm maior perigo.

A recente escalada de episódios de violência no contexto eleitoral mostra que os cuidados, longe de serem exagerados, são necessários para que o pleito transcorra dentro de certa normalidade. No último dia 7, em um ato de Lula no Rio de Janeiro, uma bomba caseira com fezes foi arremessada contra a multidão que aguardava o petista na Cinelândia. No dia seguinte, o carro do juiz Renato Borelli, que em junho mandou prender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suspeita de corrupção, foi atingido no para-brisa por ovos e fezes de animal, além de ter sido perfurado na parte traseira por uma bala de revólver ou uma pedra (a perícia está sendo feita). O juiz vinha sendo alvo de fake news espalhadas por bolsonaristas nas redes sociais, que também divulgaram seu endereço, e chegou a receber ameaças de morte – as mensagens estão com a PF e o Ministério Público. A suspeita é que o contexto político tenha contribuído para o ataque ao magistrado. Em junho, simpatizantes do PT já tinham sido atingidos por um drone que despejou agrotóxico sobre eles em Uberlândia (MG) – pessoas presentes também relataram ter sentido odor de fezes naquela ocasião. A semelhança escatológica entre os episódios e a proximidade das datas chamou a atenção de autoridades em Brasília.

A crescente violência política atingiu seu ponto máximo no sábado 9, com o assassinato do petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, no Paraná, abatido a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos pelo bolsonarista Jorge Guaranho. A principal suspeita era de intolerância política, pois o tema da festa de Arruda era o PT e o atirador gritou “Aqui é Bolsonaro” antes de invadir o local. A Polícia Civil no Paraná, no entanto, concluiu que não é possível afirmar que o assassinato tenha tido motivação política. A conclusão se baseia sobretudo no depoimento da esposa de Guaranho, Francielle da Silva, que relatou que o marido voltou à festa, depois de ter deixado a família em casa, para “tirar satisfação” porque minutos antes havia sido xingado e ameaçado pelo aniversariante, que arremessou pedras e terra contra o carro dele.

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Guaranho, que também foi baleado quando sua vítima revidou – os dois eram da área de segurança pública –, está internado na UTI e teve a prisão preventiva decretada. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado por motivo torpe. A conclusão do inquérito foi bem recebida por bolsonaristas e políticos ligados ao governo, mas foi criticada pela oposição, que sustenta que o episódio teve, sim, motivação política. Caberá ao Ministério Público avaliar o inquérito e decidir se pede novas diligências ou se já oferece denúncia à Justiça.

Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra como o assassinato de Marcelo Arruda elevou a tensão política nesse período pré-eleitoral e acendeu o sinal de alerta tanto nas autoridades responsáveis pela segurança do processo eleitoral e dos candidatos quanto nas campanhas dos presidenciáveis — leia a matéria aqui.

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