Nem Lula nem Bolsonaro: os estados onde a terceira via lidera a eleição
Apesar da polarização nacional, candidatos que não são alinhados aos dois favoritos na corrida presidencial estão à frente em MG, BA e RS, entre outros
A menos de duas semanas do primeiro turno de uma eleição polarizada nacionalmente entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), restam poucas esperanças para o grupo que tenta se vender como alternativa aos favoritos e que ficou conhecido como “terceira via”. Na eleição nacional, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe d´Avila (Novo) mal conseguem, somados, superar a barreira dos dez pontos percentuais de intenção de voto.
Mas o centro político que não se alinha nem com Lula nem com Bolsonaro tem algo no que se agarrar na atual eleição: seus candidatos são favoritos ao governo de alguns estados relevantes, como Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.
Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, é um bom exemplo. Ainda que mire no voto bolsonarista do estado, o governador Romeu Zema (Novo) lidera as pesquisas — com chance de vitória no primeiro turno, inclusive — dizendo que apoia o presidenciável Felipe D’Ávila (Novo). Lula apoia o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) ao governo, enquanto o candidato de Bolsonaro é Carlos Viana (PL).
Na Bahia, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) também tem chances de vencer no primeiro turno. Ele fechou uma aliança estadual com Ciro Gomes (PDT), enquanto Lula está com o segundo colocado, Jerônimo Rodrigues (PT), e Bolsonaro apoia seu ex-ministro João Roma (PL).
Outro com boas chances de liquidar a fatura no dia 2 de outubro e que fechou acordo com Ciro é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Mais alinhados ao bolsonarismo, Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL) aparecem atrás, assim como o petista Wolmir Amado.
Um cenário parecido é visto no Rio Grande do Sul, onde o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que tenta a reeleição após renunciar ao cargo, abriu seu palanque para Soraya Thronicke (União Brasil) e Simone Tebet (MDB), e ainda assim lidera as pesquisas. Bolsonaro apoia Onyx Lorenzoni (PL) e Lula está com o candidato Edegar Pretto (PT).
Palanque múltiplo
No Pará, apesar de ser chamado pelo PT como candidato oficial de Lula, o governador Hélder Barbalho (MDB) faz parte de uma coligação que conta com o partido de Tebet, com o União Brasil de Soraya, com o PDT de Ciro e com o PP e Republicanos, que estão com Bolsonaro no plano nacional. Em entrevista a VEJA, o favorito das pesquisas paraenses declarou que seu palanque só não está aberto para “a extrema esquerda e o PL”.
Há ainda o exemplo do Mato Grosso do Sul, onde os dois líderes não estão identificados com a polarização: André Puccinelli (MDB) e Marquinhos Trad (PSD). Eduardo Riedel (PSDB) aparece em terceiro lugar, enquanto a petista Gisele Marques está apenas em sexto. Entre os quatro primeiros também aparece Rose Modesto (União Brasil), na chapa sul-mato-grossense com Luiz Henrique Mandetta ao senado e Soraya Thronicke à Presidência.