Presente na posse de Regina Duarte, nova secretária de Cultura do governo Bolsonaro, o ministro da Secretaria de Governo (Segov) Luiz Eduardo Ramos afirmou, em suas redes sociais, que “com certeza a partir de agora não teremos mais ideologias e radicalismos de toda ordem” na pasta. Diante da repercussão negativa entre seus seguidores, Ramos apagou o post horas depois.
https://twitter.com/MinLuizRamos/status/1235493814988652545
A atriz assume o cargo no lugar de Roberto Alvim, demitido após a divulgação de um vídeo em que copiou um discurso do nazista Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, para anunciar a criação do Prêmio Nacional das Artes. Antes de tomar posse, Regina Duarte promoveu as primeiras demissões na secretaria – as exonerações foram publicadas na edição da quarta-feira 4 do Diário Oficial da União (DOU).
Entre os demitidos está o agora ex-presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), o olavista e terraplanista Dante Mantovani, conhecido por ter associado o rock ao “satanismo e aborto” – após a publicação de sua exoneração, o maestro afirmou em seu perfil no Facebook que as demissões promovidas por Regina Duarte são uma nova “facada desferida contra o presidente”. Também no Facebook, Olavo de Carvalho disse: “Aplaudir a indicação da Regina Duarte parece ter sido uma cagada minha, mais uma entre tantas”.
Nos comentários da publicação do ministro Luiz Eduardo Ramos, alguns de seus seguidores se queixaram da demissão de “conservadores” e afirmaram que a atriz está nomeando “esquerdistas”. “Demitindo os conservadores? Pelo amor de Deus!”, diz um perfil. “Parem de nomear esquerdistas”, escreveu um outro apoiador. “Inoportuno. O Sr. perdeu a grande oportunidade de ficar calado”, tuitou um terceiro seguidor.
Como adiantou a coluna Radar, Regina Duarte vai usar critérios técnicos para montar sua equipe, que não terá “olavetes”. A nova secretária não pretende dar satisfações às reclamações da turma do astrólogo nas redes sociais.