Moro a Lula: ‘não dá para flertar com o autoritarismo’
Ex-juiz critica postura do ex-presidente, que disse que se deveria "parar de condenar Cuba e condenar um pouco mais o bloqueio dos Estados Unidos"
Pré-candidato do Podemos à Presidência da República, o ex-juiz Sergio Moro voltou a criticar neste domingo, 21, o ex-presidente e provável adversário Luiz Inácio Lula da Silva e atacou o petista por minimizar a proibição de protestos em Cuba. Em entrevista ao jornal espanhol El País, entre outros temas o ex-presidente disse que, longe da toga, Moro será um “candidato como ele” e afirmou que “precisamos parar de condenar Cuba e condenar um pouco mais o bloqueio dos Estados Unidos”.
“É engraçado porque a gente reclama de uma decisão que evitou os protestos em Cuba, mas não reclama que os cubanos estavam preparados para dar a vacina e não tinham seringas, e os americanos não permitiam a entrada de seringas. Eu acho que as pessoas têm o direito de protestar, da mesma forma que no Brasil. Mas precisamos parar de condenar Cuba e condenar um pouco mais o bloqueio dos Estados Unidos”, disse o petista. Nas redes sociais, Moro reagiu: “Antes, o PT elogiou as eleições na Nicarágua, onde os opositores foram presos. Agora, é o Lula quem minimiza a repressão contra protestos na ditadura cubana e critica os Estados Unidos, uma democracia. Não dá para flertar com o autoritarismo”.
Como mostrou VEJA, o ex-juiz trabalha para chegar ao segundo turno nas eleições de 2022 e enfrentar o ex-presidente a quem condenou por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato. Um dos focos da artilharia da campanha morista já está traçado e passa por explorar a alta rejeição que o brasileiro tem do Supremo Tribunal Federal (STF) e atribuir à Corte a responsabilidade por livrar da cadeia políticos condenados por Moro, como é o caso de Lula.