Mandato animal: candidatura coletiva quer levar pauta vegana ao Congresso
A empresária Monica Buava e o ativista Fábio Chaves lideram pré-candidatura pelo Partido Verde de São Paulo
Uma dupla de ativistas se uniu para disputar as eleições deste ano e tentar levar discussões sobre veganismo ao Congresso Nacional. A empresária Mônica Buava, sócia-fundadora do restaurante Pop Vegan Food, e Fábio Chaves, fundador do portal Vista-se, dedicado ao tema, formam o Mandato Animal, uma pré-candidatura coletiva à Câmara dos Deputados por São Paulo pelo Partido Verde.
As candidaturas coletivas ganharam força nas eleições de 2018 e no pleito municipal de 2020, mas ainda não são regulamentadas na legislação eleitoral brasileira. Um exemplo de caso vitorioso é a Bancada Ativista na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), liderada pela deputada Mônica Seixas (PSOL-SP). Há outros casos em Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais pelo país, mas na Câmara dos Deputados ainda não há nenhum mandato deste tipo — projetos de lei já foram propostos para autorizá-los.
Como ainda não há regulamentação, só um nome aparecerá nas urnas em outubro, no caso, o de Mônica Buava. No entanto, se eleita, as decisões serão tomadas em conjunto com Fábio Chaves e um conselho formado por nutricionistas, chefs, influenciadores e ativistas. Um dos membros do Conselho Mandato Animal é o médico sanitarista Eduardo Jorge, candidato à Presidência da República pelo PV em 2014.
“A nossa principal pauta é a questão dos animais. Nós falamos de todos os animais, não só de cães e gatos”, afirma Buava. “A defesa dos animais faz parte da pauta vegana, mas tem muitas outras, como o incentivo ao uso de proteínas vegetais, segurança alimentar, saúde pública e a questão dos objetivos do desenvolvimento sustentável”, explica.
Para a empresária, a meta do mandato coletivo também é aumentar a diversidade na representatividade no Congresso. “A maioria dos deputados é de homens, brancos e héteros. Então, isso serve para tentarmos quebrar isso. Na realidade, todo mandato deveria ser coletivo, haja vista que o gabinete é do partido, não é do legislador. Cada vez mais as pessoas estão entrando num partido por questões estratégicas, e não por ideologia. A gente acredita que o mandato coletivo também acaba fortalecendo a ideologia partidária”, acrescenta.