O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou para amanhã o anúncio sobre o pagamento de um auxílio emergencial às famílias carentes do Rio Grande do Sul. O adiamento foi definido pelo próprio petista, que resolveu dividir os louros da medida com os presidentes dos demais Poderes da República, convidados a participar de evento nesta quarta, 15, às 12h30, no auditório da Unisinos, em São Leopoldo.
As negociações dentro do governo federal sobre o pagamento de uma ajuda financeira diretamente às famílias atingidas pelas enchentes nos municípios gaúchos foi tomando corpo da metade da semana passada para cá. A avaliação é a de que não apenas as empresas ou o governo estadual e as prefeituras precisam de socorro para se recuperar, mas também as pessoas físicas. Segundo boletim divulgado nesta tarde pela Defesa Civil do estado, são hoje 77.405 em abrigos, além de 538.245 consideradas desalojadas. A conta geral é que mais de 2,1 milhões de gaúchos tenham sido afetados pelo desastre ambiental.
Lula se reuniu na manhã desta terça com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para tratar do modelo a ser adotado e também do valor do repasse. Uma das possibilidade negociadas foi o pagamento de 5.000 reais, em parcela única, para cerca de 100.000 famílias do estado, o que geraria uma despesa adicional de 500 milhões de reais.
Em reunião realizada remotamente na segunda 13, com o governador Eduardo Leite (PSDB), Lula afirmou que as pessoas que perderam bens materiais vão precisar de uma ajuda para repor parte do prejuízo. O presidente também adiantou que pretende anunciar a liberação do FGTS dos trabalhadores afetados no estado. Das 497 cidades, 450 estão em estado de calamidade pública.
Na sexta-feira 10, o primeiro auxílio financeiro a vítimas das enchentes foi oficializado em decreto publicado pelo governador, que vai repassar 2.500 reais a cerca de 20.000 famílias gaúchas pobres ou extremamente pobres inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O orçamento para o benefício é de 50 milhões de reais. Serão contempladas pessoas desabrigadas ou desalojadas em consequência dos eventos climáticos.