‘Jamais me impedirão de ficar ao lado do meu velho’, diz Carlos Bolsonaro
Presença do filho do presidente, que não tem cargo no governo, em reunião com a Pfizer para compra de vacinas gerou críticas e ameaças de convocação por CPI

O fato de o vereador e filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que não ocupa cargo no governo, estar presente em uma reunião de negociação com a farmacêutica Pfizer para a compra de vacinas provocou críticas entre os parlamentares e ameaças de convocação para depoimento na CPI da Pandemia, no Senado.
Em seu Twitter, Carlos ignorou o fato de participar de uma reunião de governo ao qual não pertence e apelou para o lado sentimental, ao postar que “a todo custo tentam impedir um filho de ficar próximo do pai”. “Por que se sentem tão incomodados? Jamais me impedirão de ficar ao lado do meu velho”, escreveu.
A todo custo tentam impedir um filho de ficar próximo do pai. Por que se sentem tão incomodados? Sei que existem pessoas que não gostam dos seus e outros “forçam” você a não gostar do seu.
Jamais me impedirão de ficar ao lado do meu velho, mesmo que por pouco tempo atualmente!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 13, 2021
Conforme o depoimento de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, à CPI na quinta-feira, 13, Carlos Bolsonaro participou de reuniões do governo com a farmacêutica. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por exemplo, questionou o motivo de um vereador estar tratando junto ao governo a compra de imunizantes.
O Sr. Carlos Murillo da Pfizer acaba de nos informar que Carlos Bolsonaro participou de reunião de negociação de vacina.
Por que um vereador participou dessa reunião?
Além disso, revela mais uma mentira de Fábio Wajngarten na CPI!
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷💉🥖 (@randolfeap) May 13, 2021
Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse ter apresentado um requerimento para a convocação das pessoas citadas nas negociações, inclusive Carlos Bolsonaro. A CPI ainda precisa aprovar a convocação.
A versão do executivo da Pfizer, que hoje é presidente da farmacêutica para a América Latina, contradiz o depoimento do ex-secretário da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), Fabio Wajngarten, que não citou a presença do vereador nas negociações das quais participou.
Apresentei o requerimento de convocação de Carlos Bolsonaro e Felipe Martins, citados como participantes de reunião“paralela” sobre vacinas, bem como o pedido de quebra dos sigilos de Wajngarten. A investigação técnica exige estas medidas. Quem não deve não teme.#CPIdaCovid
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) May 14, 2021