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Por José Benedito da Silva
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Escolta e colete à prova de balas: a vida sob ameaça de líderes indígenas

Índios e servidores da Funai no Vale do Javari, onde Dom e Bruno foram mortos, são obrigados a ficar longe de suas casas e só falar em locais seguros

Por Tulio Kruse Atualizado em 6 ago 2022, 18h59 - Publicado em 6 ago 2022, 14h55

Em dezembro do ano passado, as invasões na terra indígena no Vale do Javari eram tantas que já se comparavam ao período anterior à demarcação, quando posseiros e caçadores ocupavam partes do território tradicional de vários povos da região. Foi o aumento de crimes no local, e seu abandono por órgãos federais, que motivou a criação de uma equipe de monitoramento da terra pelos próprios indígenas na União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Treinados pelo indigenista Bruno Pereira para usar drones, mapas e equipamentos de rádio, a equipe de monitoramento denunciava as invasões a autoridades e fornecia material para eventuais operações policiais contra o crime ambiental. A resposta do crime veio na forma de mortes e ameaças.

Hoje, dois meses após Bruno Pereira ser assassinado ao lado do jornalista britânico Dom Philips, toda a diretoria da Univaja está ameaçada de morte — o que já foi reiterado pelo seu representante jurídico, Eliésio Marubo, no Congresso Nacional. As ameaças fazem com que as lideranças indígenas muitas vezes tenham de ficar longe do Vale do Javari. Elas não podem divulgar seu paradeiro, andam com escolta e em alguns casos com coletes à prova de bala. Quando estão nas cidades da região, no extremo oeste do Amazonas, precisam se policiar sobre os locais onde dão entrevistas ou conversam sobre as invasões da terra indígena — comportamento adotado, por exemplo, pelo coordenador-geral da Univaja, Paulo Marubo.

A situação de insegurança se estende aos servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) que trabalham na região. As bases do órgão na região têm sido atacadas a tiros, com uma frequência que tem aumentado desde o fim de 2018. Os funcionários também são assediados por garimpeiros, pescadores ilegais e caçadores que invadem a terra indígena.

Segurança

A chegada de policiais da Força Nacional de Segurança Pública ao Vale do Javari é vista com descrença por servidores e pelos indígenas. A impressão é que não houve planejamento para a logística de transporte das equipes. Falta combustível para as embarcações, recursos de orçamento para pagar o transporte de uma cidade a outra e, diante disso, atraso no envio de policiais para dentro da terra indígena, onde índios e funcionários públicos estão dês protegidos.

“Na prática, quem está dependendo dessa segurança vai morrer, certamente”, diz Eliésio Marubo. “Esses policiais estarão mais vulneráveis que as pessoas que estão em risco lá, porque certamente em um confronto serão os primeiros a serem buscados com tiros e não terão como efetuar a resposta. É uma incompreensão e uma incompetência gigantesca, e eu aí vejo que é tudo feito de uma forma muito proposital.”

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