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Como candidatos a governador tentam fugir da polarização Lula-Bolsonaro

Diante da força dos dois candidatos que lideram as pesquisas, alguns dos favoritos nas disputas estaduais buscam ‘desnacionalizar’ debates locais

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 Maio 2022, 09h15

Ao opor de maneira inédita um presidente no exercício do mandato e um ex-presidente, a eleição presidencial de 2022 projeta um nível de polarização jamais visto no período democrático. Diante das intenções de voto em Jair Bolsonaro (PL) atreladas à avaliação de seu governo e do favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ancorado na percepção de suas bem-avaliadas gestões, a corrida presidencial indica, ao menos por ora, estabilidade nas posições. Ajuda a consolidar o quadro a debilidade dos candidatos de centro, que seguem longe de demonstrar competitividade nas pesquisas.

Como mostra reportagem de VEJA desta semana, um dos efeitos da disputa nacional e do esvaziamento de alternativas moderadas deve ser o espraiamento da polarização às eleições nos estados, que prometem ser as mais “nacionalizadas” das últimas décadas. “Neste ano observamos um fenômeno de mais politização, com um eleitor mais interessado e engajado. Isso faz com que o voto nacional comece a nortear o voto nos estados”, diz o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. O prognóstico assombra alguns dos favoritos nas disputas estaduais dos maiores colégios eleitorais do país, que andam no fio da navalha para evitar que o pleito nacional contamine as disputas locais e dificultem seus planos. Entre estes candidatos, tentativas de “desnacionalizar” suas campanhas estão em curso.

Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, três dos quatro maiores colégios eleitorais do país, pesquisas Genial/Quaest de maio mostram que a identificação do apoio de Lula faz os aliados dele nas disputas mineira e fluminense avançarem nada menos que treze pontos percentuais e assumirem a liderança: o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) sobe de 30% para 43% das intenções de voto e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), de 27% para 40%. O salto mais impressionante, contudo, é do candidato do PT na Bahia, o ex-secretário Jerônimo Rodrigues, que passa de 6% para 34% da preferência quando identificado como candidato de Lula no estado, governado por petistas desde 2007.

Favorito na eleição baiana, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) tem chances de vitória no primeiro turno, mas o peso de Lula sobre Rodrigues é motivo de preocupação. De acordo com a Quaest, 53% dos baianos desejam ver eleito um governador ligado ao ex-presidente. Neste cenário, Neto leva a efeito uma estratégia de “falar de Bahia” e evitar embates com Lula. O ex-prefeito, dizem aliados, anda desconfortável com a candidatura própria do União Brasil à Presidência, do deputado Luciano Bivar, por entender que ela pode prejudicá-lo localmente. Enquanto Bivar mantém um discurso que equipara Lula a Bolsonaro como “inimigos das liberdades”, Neto montou um palanque amplo que inclui aliados de Lula, como o Solidariedade e até o atual vice-governador, João Leão, que comanda o PP no estado e rompeu recentemente com o PT, embora se diga eleitor do ex-presidente. Na Bahia, Bolsonaro tem como candidato o ex-ministro João Roma (PL), que passa de 5% para 10% com apoio do presidente.

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Em Minas e Rio de Janeiro, os adversários de Kalil e Freixo têm ou já tiveram alianças com Jair Bolsonaro. Mas nem por isso indicam campanhas antipetistas. Eleito na onda bolsonarista de 2018, o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), teve uma relação-ioiô com Bolsonaro durante o mandato e leva em banho-maria a possibilidade de uma aliança com o presidente – Bolsonaro tem como estepe mineiro o senador Carlos Viana (PL), mas preferiria subir no palanque de Zema, líder nas pesquisas e aliado do presidenciável nanico Luís Felipe D’Ávila (Novo). Antes de Kalil ter fechado com Lula, aliados de Zema fizeram chegar a interlocutores do petista a informação de que o governador não pretende basear a campanha em ataques a ele e ao PT. Diante da estratégia, é o rival de Zema quem tem insistido em colar a imagem dele à de Jair Bolsonaro. “Amigo não se larga pelo caminho”, provocou Kalil nesta semana.

No Rio, embora apoie Bolsonaro abertamente e integre seu partido, o governador Cláudio Castro (PL) também já disse que não pretende fazer campanha “criticando” Lula. No estado, segundo a Quaest, são praticamente iguais as proporções de eleitores que querem a vitória de um candidato alinhado a Lula (33%) e a Bolsonaro (32%). Enquanto Freixo avança de 27% para 40% com apoio de Lula, contudo, Castro oscila de 38% para 37% quando identificado como candidato de Bolsonaro.

A possibilidade de uma contaminação exagerada nos estados a partir da campanha nacional gera dilemas até em gente próxima a Bolsonaro, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. No Piauí, seu reduto, ele não pretende nacionalizar a discussão para não prejudicar o seu candidato ao governo, Silvio Mendes (União Brasil). Governado pelo PT há quatro mandatos, o Piauí tem como favorito o petista Rafael Fonteles, que nunca disputou uma eleição, mas lidera com folga quando o seu nome é ligado ao de Lula.

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