Com dois anos de atraso, Bolsonaro desengaveta substituto do Mais Médicos
Criado em dezembro de 2019, o Médicos pelo Brasil terá primeiro edital lançado no mês que vem, com a previsão de contratar 5 mil profissionais
O governo do presidente Jair Bolsonaro tirou da gaveta, após dois anos de sua oficialização, um programa do Ministério da Saúde criado para substituir o Mais Médicos. Chamado de Médicos pelo Brasil, o programa ficou parado em meio à maior crise sanitária da história do país e vai ter o seu primeiro edital publicado no mês que vem para selecionar 5 000 profissionais – estes médicos serão deslocados para as regiões que mais sofrem com a carência no atendimento à saúde. A prova para ingressar no programa será aplicada em janeiro e os profissionais poderão ser convocados até o final de março.
Criado em julho de 2013, sob o mandato da então presidente Dilma Rousseff (PT), o Mais Médicos é considerado um programa de sucesso em seu objetivo de garantir a universalização no acesso à saúde – o balanço mais recente feito pelo programa, que ainda continua em vigor, estima que ele cobre 73% dos municípios brasileiros e atinge 63 milhões de pessoas.
Apesar do êxito, o programa sempre foi alvo de críticas de Bolsonaro, que reprovava a inclusão de médicos estrangeiros no Mais Médicos, principalmente os cubanos. Agora, no entanto, o presidente lança o Médicos pelo Brasil justamente com o mesmo escopo de seu antecessor, com a diferença de que não serão feitas contratações de médicos estrangeiros.
“O Programa Médicos pelo Brasil tem a finalidade de incrementar a prestação de serviços médicos em locais de difícil provimento ou de alta vulnerabilidade e de fomentar a formação de médicos especialistas em medicina de família e comunidade, no âmbito da atenção primária à saúde no SUS“, diz trecho da lei que instituiu o programa.
O lançamento do programa voltado à saúde ocorre em meio aos esforços de Bolsonaro em repaginar iniciativas que deram certo a pouco de menos de um ano das eleições de 2022. Parte do esforço ficou claro após o encerramento do Bolsa Família, que foi substituído pelo Auxílio Brasil e vai distribuir renda às populações mais carentes até o fim do ano que vem, ano em que o presidente tenta se reeleger.