Caso PCC: MP pede anulação da delação de empresário morto no aeroporto
Promotores do Gaeco pediram à Justiça para compartilhar informações fornecidas por delator com autoridades policiais que investigam o atentado
O Ministério Público de São Paulo pediu, nesta segunda-feira, 11, a extinção da colaboração premiada do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado a tiros na sexta-feira passada, 8, ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP, que vinha colhendo informações fornecidas pelo delator sobre a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), também solicitou à Justiça a autorização para compartilhar as provas com autoridades policiais que investigam o caso.
Se a Justiça acatar o pedido, os dados colhidos na delação poderão ajudar os investigadores a esclarecer a motivação do crime. Gritzbach era investigado por lavagem de dinheiro do PCC, por meio do uso de criptomoedas e da compra de imóveis, e foi denunciado como suposto mandante de dois importantes integrantes da facção: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e seu motorista Antônio Corona Neto, o Sem Sangue.
No final de 2023, Gritzbach fechou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público e passou a fornecer informações sobre o esquema de lavagem de dinheiro da facção. O empresário também denunciou a participação de autoridades policiais no esquema criminoso.
Pouco depois da primeira reunião com o MP, no final do ano passado, Gritzbach foi alvo de um atentado, mas não saiu ferido. Ele chegou a pedir reforço de segurança, mas negou a oferta do Ministério Público, que lhe permitiria ingressar no programa de proteção a testemunhas.
Força-tarefa
Nesta segunda-feira, 11, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou a criação de uma força-tarefa para apurar o crime. A resolução será assinada pelo secretário Guilherme Derrite. A criação da força-tarefa, segundo a assessoria da SSP-SP, foi a pedido do governador Tarcísio de Freitas.
O colegiado é formado por integrantes das Polícias Civil e Militar, sob a coordenação do secretário-executivo da pasta, Osvaldo Nico. “Essa força-tarefa foi criada para juntar as peças, centralizar a informação e trabalhar em conjunto com o Ministério Público, a Polícia Militar, a Polícia Civil e todas as forças que estão investigando para ajudar a resolver esse caso”, explicou Nico.