Busca por candidatura própria do PSD ficou ‘difícil’, diz líder no Senado
Para o senador Nelsinho Trad (MS), há tendência de articulação com os candidatos já colocados na disputa pelo Palácio do Planalto

Enquanto o presidente do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab, diz não ter pressa na busca por um “plano D” para ser o candidato do partido na eleição presidencial e reafirma os planos de voo-solo na corrida ao Palácio do Planalto, como mostrou VEJA, correligionários de Kassab veem dificuldades práticas para que o plano da candidatura própria vingue. Um deles é o líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad (MS), que diz haver uma “tendência” de que o partido se alie a um dos candidatos já colocados. O senador sul-mato-grossense evita, no entanto, apontar quais nomes seriam potenciais aliados.
“A busca por uma candidatura própria, no timing em que estamos agora, é mais difícil. Não adianta querer tapar o sol com a peneira, até porque não se pode filiar mais ninguém e, dentro dos quadros do PSD, não vai ser tarefa fácil achar um candidato com condições de representar o partido numa disputa majoritária nacional. A tendência é tentar se articular com as outras candidaturas postas”, disse Trad a VEJA nesta terça-feira, 12.
O PSD inicialmente havia lançado o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que desistiu da corrida presidencial, e depois tentou filiar o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, mas ele preferiu ficar no PSDB e costurar uma candidatura alternativa à de João Doria no tucanato. Recém-filiado ao partido de Kassab, o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung também resiste à ideia de encarnar a candidatura presidencial.
Diante das dificuldades de Kassab em encontrar o nome que encampe a candidatura própria do PSD, diferentes alas de parlamentares da sigla passaram a defender nos bastidores que haja uma liberação de suas posições nos estados em relação à eleição presidencial — o PSD tem deputados e senadores alinhados ao PT e ao presidente Jair Bolsonaro.
“Não posso dizer se vai haver liberação, porque o partido é eclético, independente. Mas de agora até a data da convenção, em política, é uma eternidade, muita coisa há de acontecer nesse período. O PSD com certeza vai ser procurado, porque tem 47 deputados e 12 senadores”, diz Nelsinho Trad. “Do mesmo jeito que tem nomes simpáticos a Lula, o PSD tem também ao presidente Bolsonaro. Há uma divisão muito forte”, completa.
Há, de fato, importantes líderes pessedistas mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) — a exemplo do governador do Paraná, Ratinho Junior, e de parte da bancada da sigla na Câmara — e outros mais afeitos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — como os senadores Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM), ambos vice-presidentes do PSD. Para um segundo turno, Gilberto Kassab já deu sinais claros de que pretende caminhar com Lula.
Enquanto Nelsinho Trad vê dificuldades para o plano de Kassab se concretizar, o líder do PSD na Câmara, deputado Antônio Brito (BA), mantém o mesmo tom do cacique pessedista. “O PSD se preparou para ter candidato próprio, o time está pronto para jogar, estamos aguardando a escolha do nome entre os quadros do partido, sem muita pressa. Temos até agosto para escolher o nome próprio. Terminada a janela partidária, Kassab vai marcar as reuniões necessárias para tratar disso”, diz.
Defendida pelo cacique do PSD desde o início do ano passado, a candidatura própria é vista por pessedistas como uma estratégia para acomodar as diferentes correntes ideológicas que convivem dentro da sigla no primeiro turno da eleição ao Planalto. Assim, a possibilidade de palanques duplos nos estados já é precificada dentro da sigla.
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