Bivar alerta número 1 dos EUA no Brasil sobre ataque de Bolsonaro às urnas
Reunião acontece em um momento em que autoridades americanas têm defendido o processo eleitoral brasileiro
O presidente do União Brasil e pré-candidato à Presidência, deputado Luciano Bivar (PE), recebeu na manhã desta terça-feira, 10, na Câmara dos Deputados, o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Douglas Konnef, a quem manifestou preocupação com os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao processo eleitoral. Konnef é o atual número 1 da embaixada americana no país, que aguarda a chegada da embaixadora Elizabeth Bagley, escolhida pelo presidente Joe Biden para o cargo. Segundo relatos, o americano demonstrou apreensão com o cenário descrito por Bivar.
A audiência, que teria sido solicitada por Konnef, ocorre em um momento em que várias autoridades dos EUA têm defendido o processo eleitoral brasileiro, conduzido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na semana passada, a agência de notícias Reuters revelou que o diretor da Central de Inteligência Americana (CIA), William Burns, se encontrou com ministros de Bolsonaro em julho do ano passado e advertiu que o governo não deveria desacreditar as eleições.
Em artigo publicado no jornal O Globo no último dia 30, Scott Hamilton, ex-cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, também escreveu sobre o tema. “Como cônsul-geral no Rio entre 2018 e 2021, testemunhei as formas como Bolsonaro e seus apoiadores tentaram sabotar a integridade do processo democrático brasileiro e suas, em geral, espetaculares instituições democráticas independentes — imprensa, ONGs, TSE, STF e o próprio sistema de votação. A intenção é clara e perigosa: minar a fé do público e preparar o palco para o esforço de recusar-se a aceitar seu resultado”, afirmou, em um texto intitulado “Defendendo a democracia”.
Ex-aliado de Bolsonaro, Bivar, segundo sua assessoria, disse a Konnef que o Brasil de hoje não é o mesmo de 1964, ano do golpe militar. “Temos instituições sólidas e as defenderemos com todo o empenho necessário”, afirmou o deputado. Bolsonaro se elegeu presidente em 2018 pelo PSL, partido que era comandado por Bivar. Os dois romperam durante o governo e o PSL se fundiu ao DEM, formando o União Brasil.