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Barroso aciona o STF contra Magno Malta após ser acusado de agredir mulher

Ministro do STF pede abertura de ação contra o ex-senador por calúnia, diante de ataque feito pelo bolsonarista em um evento conservador no sábado

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jun 2022, 12h51 - Publicado em 14 jun 2022, 10h33

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou à Corte nesta segunda-feira, 13, uma queixa-crime contra o ex-senador Magno Malta (ES), que durante um evento conservador no interior de São Paulo no sábado, 11, atribuiu a Barroso crimes de agressão contra uma mulher. Sem apresentar provas, o ex-parlamentar declarou que o ministro do STF respondia a duas ações no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com base na Lei Maria da Penha, referentes às supostas agressões. A queixa-crime será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Sabe por que votei contra Barroso, advogado de Cesare Battisti, das ONGs abortistas e da legalização da maconha? Esse homem vai pro Supremo. E, quando é sabatinado no Senado, a gente descobre que ele tem dois processos no STJ, na Lei Maria da Penha, de espancamento de mulher. Além de tudo, Barroso batia em mulher. Eu só falo o que eu posso provar”, declarou Magno Malta em discurso no CPAC Brasil, em Campinas, sem indicar qualquer prova do que falava.

A petição assinada pelo advogado Ademar Borges, que defende Luís Roberto Barroso, afirma que as agressões citadas por Malta configurariam crime grave e jamais ocorreram. “É absolutamente infundada a alegação de que o Querelante teria agredido fisicamente mulher com a qual mantém ou manteve qualquer relação pessoal. Como evidente, o Querelante nunca agrediu ninguém — muito menos uma mulher com quem tivesse convivência familiar — física ou verbalmente”, sustenta a queixa-crime, que aponta para a falta de provas diante de “afirmação manifesta e sabidamente inverídica”.

Assim, conforme a defesa de Barroso, o bolsonarista cometeu crime de calúnia contra o ministro do Supremo, em ataque que se insere no contexto das investigações conduzidas no inquérito das fake news. A investigação foi aberta pelo STF para apurar ataques a ministros da Corte e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, a quem Barroso pediu que a queixa-crime fosse distribuída.

“As ofensas foram desferidas contra Ministro do Supremo Tribunal Federal em contexto semelhante àquele descortinado pelos elementos probatórios colhidos no Inquérito nº 4.781, qual seja: a disseminação de conteúdos falsos e fraudulentos com o objetivo de atacar o Poder Judiciário (em especial, o STF), minar sua credibilidade e ameaçar sua independência. Ademais, foram utilizados os mesmos expedientes criminosos – manifestações públicas ofensivas amplamente divulgadas em redes sociais”, diz o pedido de Barroso, em suas 17 páginas.

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O documento afirma também que o ataque feito por Magno Malta se enquadra nas apurações do inquérito que investiga atos antidemocráticos, uma vez que se traduz em manifestação das “táticas utilizadas para a operação de redes de desinformação contra o órgão de cúpula do Poder Judiciário e o Estado de Direito”. “Os fatos imputados ao Querelado integram, portanto, esforços sistêmicos voltados à prática de atos antidemocráticos. A prova desta ação poderá, desse modo, influenciar a prova dos inquéritos, e vice-versa.”

Caso Moraes não entenda que o caso se enquadra no crime de calúnia, a petição do ministro do STF pede que sejam considerados os crimes de injúria e difamação. Neste sentido, a queixa-crime argumenta que o delito de injúria ocorre pelo fato de Magno Malta ter equiparado Barroso a um agressor, “qualidade negativa e desonrosa”, e o de difamação, por ter havido a citação de duas supostas ações no STJ por “espancamento de mulher”, o que “desqualifica a honra subjetiva” do ministro.

A petição ainda dedica um capítulo ao direito da liberdade de expressão, argumento frequentemente invocado em defesa de bolsonaristas investigados pelo STF nos inquéritos das fake news, dos atos antidemocráticos e das milícias digitais, todos a respeito de manifestações ofensivas e disseminação de notícias falsas. Um dos exemplos mais eloquentes desse tipo de alegação é o do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo por atacar a Corte.

“Não se pode confundir o direito que todos têm de expressar livremente suas ideias, pensamentos e convicções com a imputação dolosa de fatos sabidamente inverídicos, que pode justificar a adoção de medidas restritivas para reparar os danos causados e responsabilizar seu autor”, diz o documento.

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