Após reclamação, Moraes inclui PGR em depoimento de Torres
Subprocurador que integra equipe do procurador-geral, Augusto Aras, havia dito ao ministro que o órgão não foi intimado sobre primeira oitiva do ex-ministro
Ao remarcar o depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, para o próximo dia 2 de fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a uma reclamação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que o órgão seja intimado a acompanhar e participar da oitiva. Torres é investigado por suposta conivência e omissão com os atos golpistas de 8 de janeiro.
No último dia 18, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos enviou uma petição a Moraes dizendo que a PGR não havia sido notificada sobre o primeiro depoimento de Anderson Torres, que ocorreu naquele mesmo dia. Na ocasião, no entanto, o ex-ministro e ex-secretário bolsonarista optou por ficar calado, alegando que sua defesa ainda não havia tido acesso aos autos da investigação.
Segundo Santos, a PGR soube dessa oitiva por meio da imprensa. “A ausência de intimação pessoal do Ministério Público nos autos dos inquéritos policiais e dos processos poderá configurar violação das normas vigentes”, escreveu o subprocurador, que atua na equipe do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Na decisão publicada nesta segunda-feira, 23, Alexandre de Moraes mandou intimar a PGR e adiou o depoimento de Anderson Torres, que ocorreria hoje, para 2 de fevereiro. O ministro adotou o entendimento para que haja tempo de os defensores do ex-ministro analisarem as informações do inquérito. Além de Torres, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é alvo da mesma investigação.