Apesar do apoio de Aécio, Eduardo Leite fica bem atrás de Doria em Minas
Paulista tem quase quatro vezes o percentual de intenções de voto do gaúcho e chega a ficar empatado tecnicamente com Ciro Gomes, segundo o Paraná Pesquisas
Um levantamento eleitoral feito entre os dias 3 e 5 de novembro em Minas Gerais pelo instituto Paraná Pesquisas traz uma boa notícia ao governador de São Paulo, João Doria, na sua dura disputa com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para ver quem será o candidato do PSDB à Presidência da República em 2022.
Doria aparece com quase quatro vezes o percentual de intenções de voto obtido pelo rival – tem 6,8% contra 1,9% do gaúcho nos cenários em que são colocados também os nomes do presidente Jair Bolsonaro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-governador Ciro Gomes (PDT), do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e do senador Alessandro Viera (Cidadania-SE).
Com 6,8%, Doria chega ainda a quase empatar numericamente com Ciro, que tem 7,1% — a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, portanto eles estão empatados tecnicamente. Nos dois cenários, Bolsonaro e Lula também estão empatados tecnicamente na ponta, em ambas com o presidente numericamente à frente (33,9% a 31,9% no cenário com Doria; e 34,5% a 33% na simulação com Leite).
O bom desempenho de Doria foi bastante comemorado por seu entorno principalmente pelo fato de o diretório estadual ter decidido pelo apoio a Leite. O deputado federal Aécio Neves, ainda o principal nome do PSDB no estado, é desafeto público de Doria e tem feito campanha abertamente contra o paulista e a favor de Leite nos bastidores.
Há, no entanto, também uma má notícia — surpreendente — para Doria. Embora os mineiros aprovem o fato de ele ter sido o precursor na vacinação no Brasil (75,8%) e a sua atuação para viabilizar a vacina chinesa CoronaVac no país (72,1%), a maioria acredita que Bolsonaro é o maior responsável pela vacinação no Brasil (33,8% apontam o presidente, enquanto 25,5% citam o tucano). O presidente, porém, sempre foi um grande crítico das vacinas e pouco fez para avançar a imunização no Brasil — ele, por exemplo, não se vacinou e disse que não irá se vacinar.
Voo baixo
Minas Gerais tem sido um terreno hostil para as pretensões tucanas nos últimos anos. Em 2014, Aécio Neves foi derrotado por Dilma Rousseff nos dois turnos da eleição presidencial no estado. Em 2018, já acossado pelas acusações da Lava Jato, Aécio nem tentou se reeleger senador (se candidatou e se elegeu deputado federal), enquanto o postulante do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, teve 4,6% apenas dos votos dos mineiros.
A pesquisa ouviu 1.540 eleitores em 92 municípios de Minas Gerais por meio de entrevistas pessoais telefônicas (sem o uso de robôs).