Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Apesar da CCJ travada, Bia Kicis só pensa em outra coisa: o voto impresso

Bolsonarista faz campanha nas redes sobre o tema, mas não comenta assuntos da comissão mais importante da Câmara, que tem conseguido votar poucos projetos

Por Camila Nascimento 20 abr 2021, 13h57

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) se vê às voltas com um problemão: o travamento da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, que ela preside há pouco mais de um mês, por conta da estratégia da oposição, que tem se aproveitado de sua inexperiência para dificultar o andamento das pautas, principalmente a da reforma administrativa, considerada fundamental pelo governo.

A CCJ é responsável por decidir se os projetos de lei que tramitam na Casa seguirão para o plenário, caso sejam atestadas a legalidade e a constitucionalidade, ou se serão arquivados. Como publicado em VEJA, Kicis só conseguiu aprovar até agora cinco proposições, desempenho bem abaixo do de seus antecessores — no mesmo período, Felipe Francischini (PSL-PR) votou 26, Daniel Vilela (MDB-GO), 29, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), 34.

Mas, apesar disso, ela tem gastado parte preciosa do seu tempo em uma campanha incessante pela volta do voto impresso, principalmente nas redes sociais, onde ela é uma das bolsonaristas mais atuantes. Apenas nos últimos três dias, Kicis fez quatorze tuítes, sendo doze deles sobre a volta do voto impresso, inclusive divulgando lives, entrevistas ou canais em outras redes sociais sobre o assunto. Nenhuma das postagens foi sobre temas em tramitação na comissão presidida por ela.

A deputada é a autora da controversa PEC 135/2019 — apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro e uma espécie de fetiche do bolsonarismo em geral –, que torna obrigatória na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor para fins de auditoria.

Continua após a publicidade

A implantação do voto impresso custaria cerca de 2,5 bilhões de reais, segundo estimativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, o tribunal e especialistas garantem que as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiros são seguros — em 24 anos de uso, nunca houve uma fraude sequer comprovada. O sistema tem mais de 30 camadas de segurança que impedem a sua invasão e permite hoje mais de dez formas diferentes de auditoria — veja aqui.

No momento, a PEC do voto impresso aguarda a criação de uma comissão temporária pela Mesa Diretora da Câmara. Em dezembro de 2019, o texto foi aprovado com folga pela CCJ, quando a comissão ainda era presidida por Francischini. Mas Rodrigo Maia (DEM-RJ), então presidente da Casa e desafeto de Bolsonaro, engavetou o projeto.

Kicis disse que iria falar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para pedir a instalação de uma comissão para análise do tema “o quanto antes”. Mas a deputada negou qualquer tipo de pressão e afirmou que essa é uma decisão que depende de Lira.

Continua após a publicidade

Trump

Com as eleições dos Estados Unidos, o voto impresso, que já fazia parte da retórica ideológica dos bolsonaristas, voltou a ganhar força. Donald Trump, aliado de Bolsonaro, perdeu nas urnas e recorreu a processos de auditoria e acusações de fraude ao sistema eleitoral do país, sem fundamento. Nos Estados Unidos, a votação ocorre por meio de cédulas de papel impressas.

Após a derrota de Trump, Bolsonaro disse a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada em janeiro deste ano que “se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos”. Em seguida, em uma live nas redes sociais, ele defendeu que a PEC de Bia Kicis fosse analisada pelo Congresso.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.