A estratégia tucana para conquistar um reduto bolsonarista em SP
Rodrigo Garcia, vice de Doria, tem feito acenos e participado de evento com produtores rurais para vender as realizações do governo e uma agenda sustentável
A campanha de João Doria para a presidência já começou a usar um dos principais aliados do governador tucano, seu vice Rodrigo Garcia, para tentar reduzir a influência de bolsonaristas em um dos principais redutos desse grupo, o setor agrícola. Ele mesmo um pecuarista, Garcia tem uma série de eventos nesta semana para começar uma aproximação com o agronegócio e reforçar estratégias de desenvolvimento das atividades econômicas agrícolas em aliança com a sustentabilidade — de forma a garantir mercados internacionais para esses produtores.
Nesta terça-feira, 7, Garcia e Doria participam de um evento na Sala São Paulo, no centro da capital paulista, para premiar municípios que tiveram o melhor desenvolvimento sustentável rural, o Ranking Cidade Agro. Ao todo, 85 cidades terão reconhecimento no evento, que tem previsão de duas horas de duração. As cidades receberão prêmios que vão de 30 mil reais a 400 mil reais (no caso da cidade campeã, Joanópolis).
Na quinta, Garcia terá encontro com agricultores em Paranapanema, cidade da região de Sorocaba, que regularizaram suas propriedades dentro do cadastro ambiental rural. Em São Paulo, há 342 mil cadastros realizados, com 40% dos cadastrados em conformidade com a lei (e 30% aptos a se regularizarem com áreas de preservação e reserva legal).
O vice-governador já manteve encontros com cooperativas e associações de produtores, grupos onde a avaliação é a de que o apoio a Bolsonaro é predominante. A estratégia nessas conversas é apresentar propostas de desenvolvimento sustentável, em uma agenda que agrada mais o mercado exterior. Garcia tem aproveitado essas reuniões para falar dos planos de recuperação e modernização de rodovias municipais e estradas vicinais estaduais, que têm orçamento de 10 bilhões de reais até o fim do ano que vem e barateia os custos de escoamento da produção.