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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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A crueldade do governo Bolsonaro ao relembrar a ditadura militar

Antes de Mourão ironizar mortos e torturados, outros integrantes da cúpula bolsonarista tiveram atitude semelhante para defender o regime

Por Diogo Magri Atualizado em 19 abr 2022, 17h59 - Publicado em 19 abr 2022, 11h54

Na segunda-feira, 18, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), ironizou os áudios revelados do Supremo Tribunal Militar da década de 1970 que provam o uso de tortura por agentes de estado durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985). Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, declarou em meio a risadas.

O saudosismo em relação ao regime militar, cuja Comissão Nacional da Verdade acusa de ser responsável por ao menos 434 mortes e desaparecimentos, além de incontáveis casos de perseguição e tortura, não é uma novidade nas declarações do general. Anualmente, ele comemora o aniversário do golpe militar, em 31 de março, data em que o Exército tomou o governo do país há 58 anos. “A nação salvou a si mesma”, escreveu ele no último 31 de março.

E a forma cruel em relação às memórias tampouco é exclusividade de Mourão entre os membros do atual governo. Antes de ser presidente, Jair Bolsonaro (PL) exaltou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador de Dilma Rouseff, durante o voto favorável ao impeachment da presidente. Já ocupando o Palácio do Planalto, Bolsonaro atacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, lembrando a morte do seu pai, o militante de esquerda Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”, afirmou. No dia seguinte, questionado, Bolsonaro classificou como “balela” os arquivos oficiais sobre mortos na ditadura, como os produzidos pela CNV.

A ala militar do governo se esforça no mesmo sentido. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, declarou em 2021 que chamar o regime de ditadura era “questão de semântica”. Ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto disse no mesmo ano não considerar que tenha havido uma ditadura, mas “um regime forte”. Por fim, Augusto Heleno, outro general e ministro do Gabinete de Segurança Institucional, prefere chamar o golpe de “contrarrevolução”.

Num governo que tem a família como um dos pilares, o filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), é outro caso que chama atenção. Recentemente, ele atacou a jornalista Miriam Leitão, torturada durante a ditadura e colocada numa sala escura com uma cobra pelos ex-agentes, ao dizer ter pena da cobra. Em 2019, o deputado também ameaçou a democracia relembrando o momento repressivo mais marcante do regime de 21 anos. “Se a esquerda radicalizar, a gente vai precisar ter uma resposta. E, a resposta, ela pode ser via um novo AI-5”, disse.

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