A confusão em torno do Carnaval de rua de São Paulo
Prefeitura indica que bloquinhos saiam às ruas em julho, mas organizações pretendem insistir neste feriado prolongado de Tiradentes
A indefinição acerca do Carnaval de rua fora de época em São Paulo tem causado uma pequena confusão entre o que a prefeitura determina e o que os tradicionais bloquinhos de rua irão fazer. Depois de adiar a festa, que tradicionalmente acontece entre fevereiro e março, por conta da pandemia de Covid-19, a cidade remarcou os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi para este feriado de Tiradentes.
No entanto, o aval da prefeitura ficou somente para as escolas de samba, já que classificou os blocos que saem pelas ruas de São Paulo como “risco desnecessário” ainda por conta da situação sanitária. A proposta da Secretaria de Cultura é que eles se concentrem no final de semana dos dias 16 e 17 de julho. No entanto, muitos devem insistir em sair no atual feriado.
Uma lista de pelo menos 30 bloquinhos que irão desfilar entre quinta, 21, e domingo, 24, circula no WhatsApp dos paulistanos. Nela, há o aviso de que a lista foi liberada porque não há protocolo de repressão da Guarda Civil Metropolitana (GCM), ainda que não haja autorização para saída no feriado de Tiradentes. O documento também pede para que a lista não seja compartilhada nas redes sociais e que os foliões tenham cuidado, porque o Carnaval de rua não contará com a sua “estrutura oficial”.
Mesmo sem autorizar, a gestão municipal pediu que a organizações dos bloquinhos informem às subprefeituras quando e onde desfilarão para que seja planejada a limpeza das ruas. Até esta quarta-feira, 20, no entanto, nada foi informado.
E assim deve se manter, uma vez que os blocos adotaram a estratégia de só divulgar o endereço nos dias dos cortejos, tanto para não atrair grande número de foliões quanto também para impedir que a prefeitura impeça os desfiles com liminares judiciais, ou com o auxílio da GCM e da Polícia Militar.