Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Temer deveria escolher o primeiro da lista da PGR

Nomear um nome fora da lista seria prova de inabilidade política

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 26 jun 2017, 12h15 - Publicado em 26 jun 2017, 11h43

Michel Temer não tem qualquer obrigação legal ou constitucional de manter a tradição recente e nomear, como Procurador-Geral da República, em substituição a Rodrigo Janot, o primeiro da lista tríplice a ser eleita brevemente por procuradores. Se não o fizer, estará comprando uma briga desnecessária, em meio à mais séria crise política de seu governo.

Na eleição, votam apenas os membros oficiais da corporação, isto é, os integrantes da ANPR, a Associação Nacional dos Procuradores da República. Os demais não têm direito de voto. Os defensores do método alegam que assim se evita a escolha de um “engavetador geral”, como o PT denominou o procurador-geral Geraldo Brindeiro, da época do governo de Fernando Henrique. Um exagero.

A invenção da eleição dos procuradores tem merecido amplo apoio. Aceita-se o argumento duvidoso de que a lista é uma forma democrática de escolha. Um grande jornal brasileiro se aliou a esses grupos e ao esdrúxulo método. Defendeu, em editorial recente, a nomeação do primeiro da lista. Imagina se a moda pega.

Algum dia, essa singular eleição precisará ser discutida. Ela é única no Brasil e provavelmente no mundo. A escolha do próprio chefe é a expressão máxima do corporativismo que grassa no país. É estranho, como assinalei neste espaço. Nos Estados Unidos, juízes e procuradores podem ser eleitos, mas pelo povo e não por seus pares.

Escolher alguém fora da lista seria procurar sarna para se coçar. Temer estaria usando prerrogativa do cargo, mas seria imediatamente acusado de tramar contra a Lava-Jato. Como se tem visto, os procuradores alardeiam movimentos do governo ou do Congresso como ameaças àquela operação. As acusações são em geral improcedentes, mas reforçam o poder de ação e de comunicação de que eles gozam.

Com popularidade em baixa, capital político em declínio e prestes a ser acusado de corrupção pela mesma Procuradoria Geral da República, Temer tem mais com que se preocupar. Precisa aplicar seu tempo e energia para governar e se defender.

A escolha do primeiro da lista apenas seguiria o padrão inaugurado pelos governos do PT. Seria vista como natural pela maioria da sociedade, embora não o fosse. Nomear um terceiro nome seria um ato de inabilidade política que não faria jus à experiência do presidente.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.