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Que seu alimento seja seu remédio

Restringir a ingestão de carboidratos “ruins” (farinha e açúcar) é um pilar fundamental para a prevenção do câncer

Por Antonio Carlos Buzaid
14 mar 2022, 17h22

Se existisse uma pílula capaz de reduzir em 30 a 40% a incidência do câncer, sem dúvida alguma todos a tomariam. Essa pílula infelizmente não existe. Entretanto, por meio de um conjunto de atitudes relacionadas ao estilo de vida, é possível conseguir o que nenhuma pílula jamais fornecerá.

Medidas como manter-se fisicamente ativo, adotar uma dieta equilibrada, não fumar, reduzir ou eliminar a ingestão de álcool e manter-se com um peso adequado podem reduzir em 30 a 40% a chance de desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Como já diria Hipócrates, o pai da medicina: “Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio”. Embora muito antiga, essa constatação não poderia ser mais atual.

Para entendermos os benefícios de uma dieta equilibrada, precisamos compreender que os alimentos nos fornecem “tijolos” que são os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais), além de compostos bioativos (substâncias capazes de impactar positivamente nos processos de sinalização celular, ou seja, promotoras da saúde da célula).

Um dos grandes problemas da dieta ocidental é a grande densidade energética (excesso de macronutrientes) e a pobreza de micronutrientes. Ingere-se muito mais calorias que vitaminas, minerais e compostos bioativos. Restringir o excesso de calorias e aumentar a densidade e variedade de micronutrientes é a melhor estratégia quando falamos em prevenção de câncer.

Por exemplo, a Dieta Mediterrânea é cientificamente comprovada como uma dieta de potencial anticâncer. Ela conta com uma distribuição de 45 a 55% de carboidratos “bons” (complexos) e menos de 10% de carboidratos “ruins” (refinados, de alto índice glicêmico). Ela é rica em fibras, grãos integrais, verduras, frutas, legumes, gorduras boas, peixe e pobre em carne vermelha.

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Restringir a ingestão de carboidratos “ruins” (farinha e açúcar) é um pilar fundamental para a prevenção do câncer. O excesso de carboidrato livre aumenta os níveis de insulina circulantes e contribui para a obesidade e inflamação crônica.

Esse descontrole metabólico facilita lesões ao DNA das células e erros de replicação celular. Por exemplo, um importante estudo de 2019 mostrou que o alto consumo de bebidas açucaradas e sucos de frutas a 100% (mesmo numa pequena dose de 100 ml/dia) foi associado a um risco 18% maior de câncer no geral e 22% maior de câncer de mama. Bebidas adoçadas artificialmente não aumentaram o risco.

Após o diagnóstico da doença, a história não muda muito. Para evitar a recidiva do câncer o paciente deve adotar uma dieta equilibrada, composição corporal adequada (boa massa muscular e gordura adequada), limitar a ingestão de álcool, não fumar, manter-se fisicamente ativo, gerenciar o estresse e ter boa qualidade de sono. O que confere o benefício de proteção é o estilo de vida como um todo e não apenas medidas isoladas.

Restringir o excesso de calorias pode trazer benefícios até mesmo em pacientes em quimioterapia. Alguns estudos recentes mostram que uma restrição calórica programada poucos dias antes da quimioterapia tem potencial de melhorar a eficácia do tratamento e reduzir efeitos colaterais.

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Equipes treinadas nesse tipo de intervenção podem aplicar essa estratégia com segurança, sem risco de agravar o estado nutricional do paciente. Vale ressaltar que esta é uma intervenção nutricional que jamais pode ser feita sem acompanhamento profissional de oncologistas e nutricionistas.

Com colaboração de Dra Ana Luiza Baccarin, nutróloga

Letra de Médico - Antonio Carlos Buzaid
(./.)

 

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