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Por que os cuidados paliativos são tão importantes

A melhor forma de apresentar os cuidados paliativos é explicar o que não são cuidados paliativos. Em nossa cultura, paliativo é um termo relacionado a cuidados inconsistentes, medidas provisórias e sem resultado efetivo. É muito comum verificar que os médicos pensam que cuidados paliativos são para pacientes moribundos aos quais não há mais “nada a […]

Por Ana Claudia Arantes
Atualizado em 30 jul 2020, 21h21 - Publicado em 13 nov 2016, 13h00
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  • Senior female woman patient in wheelchair sitting in hospital corridor with African American female nurse and doctor (/)

    Senior Female Patient in Wheelchair & Nurse in Hospital

    A melhor forma de apresentar os cuidados paliativos é explicar o que não são cuidados paliativos. Em nossa cultura, paliativo é um termo relacionado a cuidados inconsistentes, medidas provisórias e sem resultado efetivo. É muito comum verificar que os médicos pensam que cuidados paliativos são para pacientes moribundos aos quais não há mais “nada a fazer”. Em termos de definição e indicações, no caso do câncer, qualquer paciente com doença avançada, como por exemplo, com câncer espalhado pelo corpo (com metástases) ou inoperável deveria receber o atendimento de cuidados paliativos já no diagnóstico. Já temos inúmeras evidências de que esse tratamento não só traz melhor qualidade de vida com melhor controle do sofrimento como também chega a proporcionar maior tempo de vida. O mesmo tem acontecido com as evidências cientificas em relação a pacientes com doenças graves e avançadas não oncológicas, como demências, doença pulmonar e doença cardíaca. Entretanto, no Brasil, a dificuldade de acesso a esse tipo de tratamento ainda é absurda tanto pelo preconceito que ainda impera e pelo fato de os médicos e outros profissionais envolvidos nos cuidados não receberem formação adequada aponto de desenvolverem as competências.

    Paliativo vem do latim pallium, e quer dizer manto, cobertor. Os cuidados paliativos dizem respeito aos cuidados integrais ao paciente, com prioridade no controle de sintomas de desconforto e sofrimento que podem acontecer durante o processo de diagnóstico e de tratamento de uma doença grave, como o câncer. São mais bem definidos como cuidados de proteção – proteção contra o sofrimento causado pela doença ou por seu tratamento.

    O Brasil tem uma triste e preocupante realidade em relação aos níveis de acesso a cuidados paliativos: em 2015, numa pesquisa conduzida pelo The Economist sobre qualidade de assistência à morte em oitenta países, em que foram avaliados itens relacionados aos cuidados oferecidos a pacientes com doença grave, incurável e em fase terminal, o Brasil ficou em 42º lugar. Um dos aspectos mais inquietantes da pesquisa foi o grau de consciência da sociedade em relação a cuidados de fim de vida, e o Brasil foi contemplado com um dos índices mais baixos nesse quesito. Nossa cultura não permite que haja essa consciência da finitude humana pela ilusão de imortalidade, pela negação, pelo medo de tocar nesse assunto. Será que é possível aceitarmos que todos os dias da nossa vida merecem ser cuidados com responsabilidade e conhecimento e que a morte é um dia que precisa valer a pena viver?

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    ana-claudia-arantes

    Quem faz Letra de Médico

    Adilson Costa, dermatologista
    Adriana Vilarinho, dermatologista
    Ana Claudia Arantes, geriatra
    Antônio Frasson, mastologista
    Artur Timerman, infectologista
    Arthur Cukiert, neurologista
    Enis Donizetti, anestesiologista
    Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
    Bernardo Garicochea, oncologista
    Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
    Claudio Lottenberg, oftalmologista
    Daniel Magnoni, nutrólogo
    David Uip, infectologista
    Edson Borges, especialista em reprodução assistida
    Enis Donizetti Silva, anestesiologista
    Fernando Maluf, oncologista
    Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
    Jardis Volpi, dermatologista
    José Alexandre Crippa, psiquiatra
    Luiz Rohde, psiquiatra
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    Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
    Marianne Pinotti, ginecologista
    Mauro Fisberg, pediatra
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    Paulo Hoff, oncologista
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    Raul Cutait, cirurgião
    Roberto Kalil – cardiologista
    Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
    Salmo Raskin, geneticista
    Sergio Podgaec, ginecologista
    Sergio Simon, oncologista

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