Na dieta perfeita não há alimentos proibidos nem obrigatórios
Seria tão bom se tratar o excesso de peso fosse fácil! Bastaria seguir uma dieta e pronto, estaríamos livres do peso extra para sempre. Infelizmente, a obesidade é muito mais complexa e os mecanismos de ganho de peso envolvem fatores psicológicos, genéticos, hereditários, ambientais, hormonais e de várias outras substâncias produzidas pelo cérebro e tecidos […]
Seria tão bom se tratar o excesso de peso fosse fácil! Bastaria seguir uma dieta e pronto, estaríamos livres do peso extra para sempre.
Infelizmente, a obesidade é muito mais complexa e os mecanismos de ganho de peso envolvem fatores psicológicos, genéticos, hereditários, ambientais, hormonais e de várias outras substâncias produzidas pelo cérebro e tecidos periféricos que se intercomunicam e afetam o metabolismo basal e mecanismos de controle da fome, saciedade e vontade.
Em razão dessa complexidade, apesar de todos os avanços da medicina, ainda não se descobriu uma medicação ideal que possa agir em tantos fatores causais ao mesmo tempo. O mesmo vale para as dietas… Quem já não tentou um regime dito como “milagroso” para se livrar mais rápido de uns quilinhos e se viu ganhando até mais peso depois dela? Essas dietas são insustentáveis a longo prazo, cansativas, limitam prazeres importantes na vida e acabam gerando reganho de peso, com mudanças importantes na taxa de metabolismo basal e composição corporal.
Associado à atual obsessão pela perda de peso, aumentaram as informações sobre saúde e alimentação e o acesso a alimentos “especiais” com alegação de saudáveis, emagrecedores ou com propriedades nutricionais “superpoderosas” fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais confusas na hora de escolher o que vão comer. Há um dilema entre comer o que é nutritivo versus comer o que é gostoso.
Subitamente, muitos dos alimentos que sempre fizeram parte da alimentação do brasileiro agora parecem fazer mal ou engordar e devem ser evitados, enquanto outros, de que até poucos meses nunca tínhamos ouvido falar, agora são de consumo obrigatório. E quem disse que não podemos comer de forma saudável e nutritiva, mantendo alimentos gostosos?
Não é um paradoxo, quando pensamos que a população que está chegando hoje aos 80-90 anos de idade de forma saudável não fez dieta restritiva e não participou desses modismos nutricionais? Também, é claro, não tiveram tanto stress, nem tanta comida ultraprocessada, nem tanto sedentarismo, mas aproveitaram a vida comendo comida trivial no dia a dia, e usufruindo prazeres como uma pizza à noite com a família, um doce numa festa, uma fatia de bolo quentinho no lanche da tarde, uma macarronada no almoço de domingo…
Reconhecer a fome e a saciedade é muito importante no processo do emagrecimento. Aumentar o tempo da refeição antecipa a sensação de saciedade e pode até evitar possíveis repetições; por esse motivo é tão recomendado que a refeição seja realizada em um ambiente tranquilo. Além disso, manter-se ativo também contribui para a perda e manutenção de peso. A verdade é que controlar o peso e comer de forma saudável é muito mais simples do que se imagina, sem alimentos proibidos ou obrigatórios e sem ter de abdicar do que realmente se gosta, mas buscando prazer na simplicidade, atenção nas escolhas, valorizando os momentos e significados da comida.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Enis Donizetti Silva, anestesiologista
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, fisiologista
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista