As tecnologias a laser transformaram significativamente a dermatologia, particularmente no tratamento do rejuvenescimento e de algumas doenças de pele. Essa é uma ideia que seria dita por qualquer dermatologista amante de tecnologia, mas foi a conclusão de um estudo recente que revisou 92 trabalhos científicos relevantes feitos nos últimos 20 anos.
A revisão mostrou que o laser apresenta benefícios cumulativos, incluindo melhora na densidade do colágeno e na elasticidade da pele ao longo do tempo.
Fato é que os lasers evoluíram muito nos últimos anos: de ferramentas básicas para dispositivos sofisticados, precisos e direcionados, menos invasivos e com tempo de recuperação mais rápido. Esse progresso expandiu a gama de condições tratáveis e aprimorou sua personalização e segurança.
Existem vários tipos de lasers, incluindo ablativos (que removem camadas externas da pele) e fracionados não ablativos (que estimulam a produção de colágeno sem danificar a superfície da pele).
Diferentes comprimentos de onda interagem com a pele de maneira única, em um processo conhecido como fototermólise seletiva. Esses avanços tornaram o rejuvenescimento da pele mais eficaz e acessível.
Na nova revisão, foi demonstrado que os lasers fracionados aperfeiçoaram expressivamente o rejuvenescimento da pele. Eles criam danos microtérmicos que estimulam a produção de colágeno e são elogiados por seu tempo de inatividade mínimo e eficácia na remodelação da pele.
Os lasers de CO2 e Er:YAG são bem estabelecidos nesse processo, conhecidos por sua eficácia no tratamento de fotoenvelhecimento, cicatrizes e rugas.
Lasers não ablativos (NAFL), como Nd:YAG e de corante pulsado, visam camadas mais profundas da pele para estimular o colágeno sem danificar a superfície. São eficazes para melhorar a textura da pele, reduzir rugas e tratar lesões vasculares, oferecendo uma alternativa mais suave aos lasers ablativos.
Há também os lasers fracionados híbridos, que combinam tecnologias ablativas e não ablativas em um único tratamento, reconhecido pela satisfação dos pacientes.
Os modernos lasers de picossegundos, caracterizados por sua duração de pulso ultracurta, são eficientes para tratar lesões pigmentadas e cicatrizes com dano térmico mínimo.
A revisão também destaca que a evolução das tecnologias a laser colaborou para o rejuvenescimento da pele étnica. Ou seja, os avanços melhoraram a segurança e a eficácia para tons de pele mais escuros, minimizando riscos como hiperpigmentação.
Outra conclusão é a de que a integração da administração de medicamentos assistida por laser, técnica conhecida como drug delivery, realça os resultados terapêuticos. O laser cria microcanais na pele, melhorando a absorção de tratamentos tópicos.
Não há dúvidas de que o rejuvenescimento da pele a laser é uma ferramenta poderosa no campo da dermatologia. E ela continuará a progredir, trazendo soluções seguras, individualizadas e eficazes para nossos pacientes.
* Renato Soriani é dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)