Sem Datena, Kassab improvisa e vai à luta com Pacheco
Evento preparado para lançar o candidato paulista do PSD ao Senado virou ato de promoção da candidatura presidencial do senador mineiro Rodrigo Pacheco
Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, realizou uma proeza política.
Alugou o salão de um hotel em Brasília e convidou mais de uma centena de pessoas para o show da filiação ao partido do apresentador de televisão José Luiz Datena.
Tudo pronto, convidados chegando e Datena em São Paulo, a mais de mil quilômetros de distância, justificando a ausência por video — ele seria apresentado como candidato ao Senado, mas preferiu adiar e aguardar definições no quadro eleitoral paulista.
Kassab improvisou. Transformou o evento de ontem para Datena em novo ato de promoção da candidatura presidencial de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.
O partido tem 35 deputados, 12 senadores e deve disputar governos de oito estados. A candidatura presidencial de Pacheco já dificulta os movimentos dos adversários do PSD em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, que reúne 16 milhões de votos (cerca de 11% do país).
Ele assumiu o microfone reservado a Datena, e desfrutou. Evitou assumir a candidatura com o clássico “estou à disposição do partido”, criticou o clima de radicalismo e os adversários que vestem “uma camisa da seleção brasileira para sair às ruas xingando o Supremo tribunal Federal e o Congresso Nacional”.
Kassab não perdeu a viagem. Na falta do candidato a senador, foi à luta com o candidato a presidente.