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Informação e análise
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Rejeição recorde aos presidentes é novidade política na América Latina

Análise no Brasil e em 17 países mostra que aprovação despenca rapidamente e, logo, o repúdio ao governo ultrapassa muito o nível de apoio

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2022, 10h24 - Publicado em 1 jun 2022, 08h00

O poder é um empréstimo, e presidentes da América Latina estão sendo lembrados disso diariamente: é recorde a reprovação à maioria dos governos da região, inclusive daqueles eleitos recentemente.

É novidade latino-americana, constata a organização argentina Directorio Legislativo que há uma década produz análises para empresas sobre a política no Brasil e em mais dezessete países.

Ela mantém uma série bimestral de estudos sobre sobre a imagem e a influência dos presidentes da região, a partir de uma compilação de de pesquisas de opinião pública. Usa três pesquisas realizadas em cada país, de pelo menos duas fontes diferentes, e descarta respostas consideradas como “pouco claras” nas sondagens nacionais — do tipo “nem aprovam nem desaprovam” ou “regular”.

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O levantamento mais recente, concluído na semana passada, traz o panorama da avaliação dos governos da região entre março e abril.

“Há uma tendência muito clara indicando uma forte desaprovação pública, e isto é uma coisa nova”, ressalta o Directorio Legislativo no relatório. “Nos sete anos de 2002 a 2009, índices médios de aprovação presidencial aumentaram de 36% a 60%. Então, a partir de 2010, eles começaram a cair.”

Destaca duas peculiaridades no comportamento do público em relação aos governantes.

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De um lado, aprovação aos presidentes agora despenca muito rapidamente, já a partir do dia da posse.

Exemplo eloquente é o do chileno Gabriel Boric. Ele agrupou e levou partidos de esquerda de volta ao poder em março. Depois de onze semanas sua taxa de reprovação chegou a 41%, dois pontos acima da aprovação na média das pesquisas.

Há indícios de que o repúdio a Boric já avança para o patamar de 60%, sugerem as pesquisas telefônicas diárias das empresas Plaza Publica/Cadem.

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Outro aspecto observado é a dimensão da desaprovação pública aos governantes. Se tornaram frequentes os casos em que a contestação supera os níveis de apoio.

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Mario Rioda, professor da Universidade Austral (Argentina) e presidente da associação latino-americana de pesquisadores de campanhas eleitorais, conhecida no mundo acadêmico pela sigla Alice, identificou traços comuns entre os presidentes latino-americanos mais impopulares.

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Notou uma espécie de “jeito” Jair Bolsonaro de governar para segmentos minoritários no eleitorado e obter reprovação majoritária. “Marca registrada [deles] é a adoção de um estilo de liderança fechada” — escreveu, ao analisar os dados. “Como no Brasil, pode ser instintivamente de natureza excludente e tribal, governando inflexivelmente e por dogma”.

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Subestimaram o eleitorado, e, agora, pagam alto preço político, acha: “São incapazes de reconhecer que chegaram ao poder porque os antecessores eram muito ruins, e não por méritos próprios.”

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“Não souberam surfar na governabilidade em contextos de sistemas partidários fragmentados”— acrescenta. “A atomização [da representação partidária] gerou expectativas que não são fáceis de satisfazer.”

Para Riorda, partidos políticos históricos e as lideranças eleitoralmente fortes do passado “já não conseguem sustentar a governabilidade.”

Precisam se reciclar com novos métodos de gestão que resultem em aumento da confiança na democracia.

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