“Estou muito longe para saber se é correto abastecer os ucranianos… O que está claro é que armas estão sendo testadas naquela terra [Ucrânia]. Os russos agora sabem que os tanques são de pouca utilidade e estão pensando em outras coisas. As guerras são travadas para isso: para testar as armas que produzimos. Este foi o caso na Guerra Civil Espanhola antes da Segunda Guerra Mundial. O comércio de armas é um escândalo, poucos se opõem a isso. Há dois ou três anos, um navio chegou a Gênova carregado de armas que tiveram que ser transferidas para um grande cargueiro para transportá-las para o Iêmen. Os trabalhadores portuários não quiseram fazer isso. Eles disseram: ‘Pensemos nas crianças do Iêmen’. É uma coisa pequena, mas um gesto bonito. Deveria haver muitos assim (…) Para a paz não há vontade suficiente. [Viktor] Orbán [presidente da Hungria, aliado de Putin], quando o conheci, me disse que os russos têm um plano, que no dia 9 de maio [data comemorativa da vitória russa contra os nazistas, em 1945] tudo estará resolvido (…) Estou pessimista, mas devemos fazer todos os gestos possíveis para parar a guerra.”
(Papa Francisco a Luciano Fontana, do Corriere Della Sera)