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Informação e análise
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Os múltiplos Jair Messias e o servidor Bolsonaro

Há 49 anos sustentado pelo Estado, presidente não se reconheceu como servidor público. E deu margem a ironias: “É o quê? Servidor privado?”

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 jul 2021, 09h30

Aparentemente, existem múltiplos Jair Messias no mesmo Bolsonaro.

O militar dos anos 1980, por exemplo, podia ser tudo, menos um disciplinado profissional das Forças Armadas.

A “novidade” da eleição de 2018, como se apresentou ao eleitorado, era um profissional de três décadas na política.

Ele usa selo-insígnia de presidente, trabalha no Palácio do Planalto, mora no Alvorada, tem mordomias, segurança numerosa e cara, gasta cerca de R$ 1 milhão do erário a cada viagem pela reeleição, mas não se reconhece como funcionário público.

Ontem, fez questão de se distinguir dos servidores, entre eles o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, atualmente subordinado na Casa Civil: “Eu entendo que a [acusação da CPI da Pandemia de] prevaricação se aplica a servidor público. Não se aplicaria a mim. Mas qualquer denúncia de corrupção, eu tomo providência. Até a do Luís Lima [Luis Miranda, deputado], mesmo conhecendo toda a vida pregressa dele, a vida atual dele, eu conversei com o Pazuello.”

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Os múltiplos Jair Messias podem não se reconhecer em Bolsonaro servidor público, mas todos são sustentados pelo Estado brasileiro há exatos 49 anos. Foram assalariados do Exército de 1972 a 1988. Desde então, reluzem nas folhas de pagamentos dos profissionais da política nacional.

Não se sabe qual dos Jair Messias empregou mais de uma centena de parentes em três décadas, remunerados pela folha salarial do Legislativo — na Câmara de Vereadores do Rio e, depois, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Na presidência, ganha R$ 41,6 mil, mais R$ 12 mil de aposentadoria como capitão do Exército. Só em remuneração direta, Jair Messias Bolsonaro leva R$ 53,6 mil mensais do Tesouro Nacional — na conta não entra casa, comida, roupa lavada e uma miríade de mordomias. Ao não se reconhecer como servidor público, argumento para elidir responsabilidades definidas em leis específicas, ele deu margem a ironias dentro e fora do governo, do tipo: “E ele é o quê? Um servidor privado?”

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